Pesquisa revela gastos dos chamados ‘independentes’ com mais de 50 anos.
Em tempos de crise econômica prolongada, o consumo no Brasil tem sido influenciado pelo tamanho e, principalmente, pela “maturidade” das famílias brasileiras. De acordo com estudo da Kantar Worldpanel, que monitora 11,3 mil lares, representativos de 53 milhões de brasileiros, os chamados “independentes maduros” (com mais de 50 anos) e “independentes jovens” (com até 49 anos), que moram em residências com até duas pessoas, têm gastos individuais superiores aos demais domicílios — gastam 34% e 41% mais que a média, respectivamente.
Os integrantes do grupo “independentes maduros” têm a maior renda per capita e se preocupam mais com qualidade de vida, o que significa dar preferência a produtos de maior qualidade. Eles não economizam na hora de comprar itens como antisséptico bucal, protetor solar e cervejas especiais. Segundo o estudo, 30% pertencem às classes A e B, 92% não pagam aluguel e 64% moram em casas com seis cômodos ou mais.
— A gente consegue até mensurar isso, o cara que só vai buscar preço. Só que hoje não é só o preço como fator. Há outras outras variáveis por trás. Estamos falando de um brasileiro que está mais proativo, dando a opinião dele — diz David Fiss, diretor de Serviços e Informações ao Cliente da Kantar.
No entanto, há muito espaço a ser conquistado com a oferta de produtos e serviços variados para esse segmento. Segundo a Kantar, apenas 29% dos consumidores acima dos 50 anos possuem TV por assinatura, e somente 35% contam com conexão de internet em casa. Quando levados em consideração os gastos ainda modestos desse grupo com atividades como passeios e tours em viagens (7%), hospedagens (9%) e passagens aéreas ou rodoviárias (25%), fica evidente o quanto há a ser oferecido a esse segmento.
Crescimento de marcas “premium”
Mais ligados às questões de saúde, os consumidores maduros revelam preferência pelas versões lights, integrais e diets de produtos como pães, biscoito, requeijão e iogurte.
Já os chamados “independentes jovens” (com até 49 anos) equivalem a 11% da população brasileira e não abrem mão de facilidades como uma conexão rápida de internet. Na faixa entre 25 e 34 anos, 74% têm smartphone — no grupo de 35 a 44 anos, esse percentual chega a 62%. Eles apresentam um perfil mais racional na hora de consumir, até mesmo reduzindo a frequência de uso de um determinado produto, desde que a qualidade seja preservada.
— Quando olhamos para esse segmento premium, as marcas que entregam mais continuam crescendo, mesmo em um momento de crise. A oferta de produtos e serviços que possibilitem escolhas cada vez mais inteligentes é outra tendência que veio pra ficar — concluiu Christine Pereira, diretora sênior de Soluções Comerciais e Especializadas da Kantar Worldpanel.
Por: O Globo
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