Classe C é a que mais consome na Capital

Em 2015, a classe C de Fortaleza já gastou mais de R$ 5,1 bi em itens como alimentação fora de casa, roupa, higiene e beleza. É a faixa que mais consumiu em todas as categorias pesquisadas pelo Instituto Data Popular.

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De cada dez produtos que se compram em shopping, seis são pela classe C. É a faixa que mais cresceu na última década e representa 58% dos lares de Fortaleza. É um consumidor que mudou muito nos últimos anos: está mais exigente, gosta de novidades, pesquisa mais e privilegia custo-benefício. Os dados são do Instituto Data Popular, segundo o qual a classe C fortalezense já gastou mais de R$ 5,1 em itens como alimentação fora de casa, roupas, beleza, eletrodomésticos e viagens.

O Instituto considera classe C aquela com renda per capita de de R$ 338,01 a R$ 1.184. A faixa é disparada a que mais consumiu em todas as categorias da pesquisa. Para ter uma ideia, quando se trata de eletrodomésticos e eletrônicos, 66% dos quase R$ 1,3 bilhão em vendas na capital cearense foram para classe C. Quando o assunto é comer fora de casa, a participação é de 60%, percentual que se repete nos gastos com roupas.

O perfil dos consumidores de Fortaleza foi apresentado ontem pelo sócio diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, durante a 4ª edição do Brasilshop, congresso voltado ao setor varejista de Shopping Center no Brasil e realizado pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), em Fortaleza.

“A classe C cresceu mais no Nordeste do que nas outras regiões do País. Em Fortaleza, o crescimento foi muito grande e se tornou o principal mercado consumidor que existe. Não tem como pensar em crescer sem falar com a classe C”, afirmou Meirelles.

Ele alerta que o mercado precisa entender as peculiaridades deste grupo impulsionado pela participação de jovens conectados e, principalmente, de mulheres, que tem respondido de forma bastante significativa pelo aumento da renda familiar no Brasil. Em Fortaleza, este perfil de consumidor se destaca pela inclinação por novidades, mas também pela exigência do custo-benefício.

“O maior erro é achar que as pessoas compram só por marca ou status. Outro é achar que a aspiração da classe C é ser classe A. O aspiracional da classe C é o vizinho que deu certo. Também não dá para pensar só em preço e vender um produto vagabundo. Com isso, perde o cliente. Errar a mão pra cima e errar a mão pra baixo são, em geral, os maiores erros dos varejistas”.

Ele explica que os consumidores, de um modo geral, estão comprando menos este ano. Dados da pesquisa mostram que 81% dos fortalezenses já se sentem afetados pela crise, mas continuam sendo um potencial gigantesco para o comércio varejista. Mesmo com o cenário de crise, 65% da classe C acredita que a vida vai melhorar. “Isso acontece porque para a classe C a crise é a regra e já aprendeu a aproveitar as oportunidades no perrengue”.

Por: JOrnal O Povo

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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