Perspectivas e tendências para o Dia dos Namorados 2021

Mais da metade das pessoas (53%) presentearão alguém – número superior aos 47% de 2020. Recomendação de conhecido está acima de influência de publicidade.

De acordo com o Google Trends, o primeiro pico de pesquisas sobre o tema, entre os brasileiros, acontece em fevereiro, em razão da celebração do Valentine’s Day, nos Estados Unidos e na Europa. O segundo aparece entre os dias 9 e 15 de junho, uma vez que a data oficial no país para o Dia dos Namorados acontece em 12 de junho. A procura começa na metade de abril e se intensifica ao longo do tempo, principalmente a partir da segunda quinzena de maio. 

Em 2020, 26% do público ouvido pelo Google dizia ter planejado melhor a compra devido ao coronavírus, enquanto 22% afirmam ter pesquisado mais antes de comprar os presentes. Ainda em relação ao ano passado, entre as pesquisas dos usuários na busca pelos mimos para a pessoa amada, algumas categorias foram destaque no quesito visitas ao site, como Moda e Acessórios, Beleza e multicategoria. As categorias mais visitadas também foram as que mais trouxeram relevância em vendas, com o complemento do setor de eletrônicos e eletroportáteis, além de outros segmentos de presentes.

Para Sérgio Hneda, Head de Estratégias Digitais LATAM na GhFly, a transformação digital impactou diretamente no consumo dos usuários e pode ser percebido esse reflexo nas preferências de compra dos consumidores. Muitos comportamentos que antes existiam na data mudaram em pouco tempo e vieram para ficar. Por exemplo, neste ano menos casais irão até as lojas físicas para comprar um presente ou irão celebrar o dia com um jantar fora, como mostra o relatório da GHFly para o Dia dos Namorados

Segundo pesquisa encomendada pelo Facebook IQ e realizada pela Offerwise, 75% dos usuários afirmam que pretendem realizar alguma compra no Dia dos Namorados neste ano. Além disso, 73% gostariam de receber ofertas personalizadas para compras durante a data, 12% a mais na comparação com o ano anterior. 

Para Sérgio Hneda, mesmo com um número cada vez maior de pessoas comprando online, muitas pessoas não pretendem pagar frete, e nem mesmo estão dispostos a esperar pela entrega. Por isso, o uso do modelo de compra do tipo “pague e retire” tem ganhado força. Para o executivo, evitar o contato é uma das prioridades para os consumidores que vão às lojas físicas durante a pandemia. 

E-commerce

O dia dos namorados está se aproximando e, apesar do país continuar em alerta por causa do coronavírus, a maioria dos apaixonados não pretende deixar a data passar em branco, e a expectativa do varejo quanto às vendas no evento deste ano deve ser positiva. 

Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que o e-commerce movimente cerca de R$1,65 bilhão no Dia dos Namorados. Mais da metade das pessoas (53%) presentearão alguém – número superior aos 47% que disseram pretender ir às compras em 2020. Além disso, outros 15% estão indecisos, segundo dados da pesquisa feita pela Social Miner I All iN em parceria com a Opinion Box. 

A maior parte dessas pessoas pretendem procurar por presentes nos sites de busca, chegando a 44%, e 37% em lojas físicas. Uma curiosidade: os mais novos parecem celebrar mais a data consumindo presentes, sendo que 55% do público que tem entre 16 e 49 anos afirmou que deve presentear, enquanto entre os que têm 50 anos ou mais o índice cai para 43%. 

Moda e Acessórios aparece como categoria favorita para presentear, seguida por Beleza e Cosméticos, e Eletrônicos e Informática. Mas separando a preferência por gênero, 19% das mulheres devem optar por itens da categoria Esportes para agradar o crush e 29% do público masculino pretende comprar em Floriculturas. 

O valor médio que 11% afirmaram desejar gastar com presentes é de até R$ 50,00; 31% estão dispostos a desembolsar de R$51,00 a R$100,00; 23% de R$101,00 a R$ 200,00 e 13% devem investir entre R$ 201,00 e R$ 300,00. A forma de pagamento que a maioria, 57%, vai escolher é o cartão de crédito (à prazo). Outros 37% querem pagar no dinheiro, 34% no cartão de débito, e 29% vão aderir ao Pix. 

Dentre os que ainda não decidiram se vão presentear alguém ou não, e os que já estão certos de que vão às compras, 75% afirmaram que vão consumir onde houver bons preços e promoções, 55% levarão em conta aspectos como garantia de qualidade, e 52% vantagens no frete. 

Vale ressaltar também alguns pontos que merecem atenção dos varejistas, como taxas de frete ruins, que são motivo de desistência para 54% dos clientes, prazos de entrega ruins, agravantes para 49%, e avaliações negativas no site ou nas redes sociais, que podem fazer 46% optarem por não comprar. 

Destacando a importância das empresas oferecerem aos clientes uma jornada omnichannel para possibilitar pesquisas e compras tanto no ambiente online quanto no offline, a pesquisa revela ainda que dos 68% que vão às compras ou estão em dúvida, 44% devem usar sites de busca – como o Google e o Bing – para encontrar presentes, 32% querem recorrer a aplicativos, 28% ao Instagram, mas 37% pretendem ir a lojas físicas. 

E já tem consumidor à procura de boas promoções para efetuar suas compras. 18% vão começar a comprar com mais de duas semanas de antecedência, e 21% exatamente duas semanas antes.


Recomendação tem mais peso do que propaganda

O Instagram é, de longe, uma das plataformas sociais com maior taxa de engajamento. E pudera: une fotos, vídeos, textos e música. Para quem quer vender ou fazer negócios, a rede pode e deve ser usada como vitrine. Mas, ao associar a plataforma com negócios, logo se imagina em grandes influencers e celebridades representando a marca; o que, de fato, pode ocorrer. O que é preciso analisar, a tiracolo, é o quanto essas pessoas, com milhões de seguidores, cumprem o papel de entregar performance em engajamento e vendas. 

A The Insiders, empresa de Marketing que conecta marcas a pessoas reais, revelou em pesquisa recente que 89% dos entrevistados consideram a opinião de amigos e familiares de grande importância na hora de decidir o que dar de presente no Dia dos Namorados e 45% disseram que usam o Instagram de pessoas próximas como fonte de inspiração real no ambiente online. 

Os dados foram compilados entre os dias 17 e 24 de maio, com quatro mil pessoas, e revelam também que, para um momento tão pessoal, como a próxima data, 97% consideram presentear o parceiro com uma experiência e 87% dão importância para presentes que ambos possam usufruir. As marcas precisam avaliar suas estratégias e investir em quem, mais do que estar alinhado com seus valores, consiga reverter em vendas e se posicionar no mercado. 

Para Joel Amorim, diretor da The Insiders, apostar em pessoas reais, que transmitem suas opiniões de forma sincera, conta muito ao internauta. Ações com envolvem celebridades podem dar um tom mais de comercial e persuasão, o que, para as pessoas comuns, não representa o que elas são. Para o executivo, dados como esses revelam a importância de se repensar o posicionamento que as empresas adotam, sobretudo em grandes datas de varejo. Na pesquisa, 81% dos entrevistados pretendem fazer compras online e 88% afirmam que as informações, juntamente às avaliações de usuários, são levadas em consideração na hora de escolher de qual fonte comprar. 

Dados Fecomércio

Depois de um mês do Dia das Mães de prejuízos, o Dia dos Namorados deve trazer resultados melhores para o varejo paulista em junho: uma previsão da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostra que o setor deve arrecadar 5,7% a mais do que junho de 2020 – quando, mesmo já em meio à pandemia de covid-19, os varejistas viram suas receitas subirem 2,8% em relação ao ano anterior. Desta forma, ao menos na comparação anual, junho ainda não será um mês de recuperação; mas, de crescimento.
 
O cálculo foi feito considerando um cenário em que, ao menos a partir da segunda quinzena de junho, o Plano São Paulo estará em uma fase ainda mais flexível para o comércio, com ampliação do horário de funcionamento dos estabelecimentos e das capacidades de ocupação.
 
Para a Federação, a previsão de crescimento do faturamento do varejo não dependerá apenas do Dia dos Namorados: na verdade, apesar da expansão de muitas atividades ligadas à data, o que vai impactar o setor positivamente é o efeito que a demanda reprimida terá sobre o consumo. Com a liberdade de circulação restrita significativamente até agora, as pessoas terão mais possibilidades de voltar às compras no mês que vem, quando as medidas estarão mais flexíveis. Não é à toa que, entre todas as atividades que compõem o levantamento, a que deve faturar mais é aquela na qual está englobada o grupo de combustíveis (Outras Atividades), com expansão de 15,4%.


 
Para além da demanda reprimida, o bom desempenho também deve ocorrer na esteira da chegada de um novo período de vigência do auxílio emergencial, pago pelo governo federal, pela antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário para aposentados e pensionistas, como também por um contexto de maior confiança dos consumidores em retornar às compras após tanto tempo em quarentena.

É assim que atividades que já têm colecionado meses com bons faturamentos vão manter a toada, como as lojas de materiais de construção (15,2%) – que têm sido beneficiadas tanto pelo momento da construção civil e das vendas imobiliárias, quanto pela demanda das pessoas por reformas domésticas.

Se se confirmar, a previsão é que o varejo paulista fature cerca de R$ 69 bilhões em junho, superando tanto o desempenho do mesmo mês de 2020 – que foi o segundo melhor em vendas daquele primeiro semestre – quanto o de 2019, no mundo sem pandemia, cuja alta agora é de 8,7%.
 
Chama atenção ainda que, no cenário sem a injeção de cerca de R$ 1,5 bilhão do auxílio emergencial no orçamento das famílias em junho, o varejo em São Paulo também registraria crescimento, ainda que menor: 3,3%. É a primeira vez, desde o início da pandemia, que o dinheiro do benefício federal não tem protagonismo na determinação do consumo no Estado, apesar da contribuição importante que ainda aporta.
 
O mês dos namorados será, na leitura da FecomercioSP, o primeiro desde o início da pandemia em que uma data comemorativa impacta efetivamente sobre as vendas do comércio. Isso porque, ao observar as atividades mais sensíveis a ela, como as perfumarias, por exemplo, algumas vão, de fato, registrar crescimentos que seriam comuns em um contexto sem pandemia.
 
O caso mais expressivo é o das próprias perfumarias, que vão faturar perto de R$ 6 bilhões em junho – número que é 14,1% maior do que o registrado em 2020. Da mesma forma, as lojas de roupas e calçados vão crescer 3,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, arrecadando R$ 2,5 bi, o que é uma ótima notícia para um segmento profundamente afetado pela crise de covid-19.

E, apesar da queda de 10,3% prevista para as vendas de eletrodomésticos e eletrônicos, a soma dessas atividades sensíveis ao Dia dos Namorados é positiva: alta de 1,3% em relação a junho de 2020 e de 11% na comparação com o mesmo mês de 2019.

No geral, junho é um mês de boas expectativas para o varejo: para além da volta do impacto de uma data comemorativa, ainda há a reunião de muitos outros fatores positivos, como a flexibilização do funcionamento dos estabelecimentos, a força da demanda reprimida desses meses de quarentena e a injeção de recursos nos orçamentos. Tudo isso tende a aumentar a confiança de consumidores e empresários. Apesar disso, a FecomercioSP também não deixa de observar as incertezas de um contexto econômico marcado pela volatilidade.

Dicas para o varejo

O varejo tem buscado alternativas cada vez mais inovadoras para conquistar e fidelizar seus clientes, além de aumentar a lucratividade da empresa, que tem sofrido com a pandemia. Segundo especialistas da Pmweb, o dia dos namorados é a terceira data mais importante para alguns setores, estando atrás apenas do Natal e da Black Friday. E, na briga pelo terceiro lugar, essa data é tão importante para o varejo como dia das mães e dos pais. 

Para aumentar as vendas no varejo, a PMweb dá algumas dicas de conceitos e práticas que precisam ser adotados até pelos pequenos e médios varejistas, como: realizar o cadastro dos clientes em uma planilha, visando sempre a autorização do cliente, devido às leis LGPD; reter o básico de informações sobre o perfil daquele consumidor, como gostos e preferências; entender a melhor forma de se comunicar com ele (a), sendo via WhatsApp, via e-mail, sms ou às vezes até com uma ligação, entre outros fatores. 

Outra dica importante é que as empresas que sobreviverão são aquelas que conseguem reconhecer e entender os seus clientes mais do que eles conhecem a marca e até mais do que eles mesmos se conhecem. Adotar o uso de tecnologias que disponibilizam dados por meio de inteligência artificial também é um fator importante para que o vendedor que atua em lojas físicas, por exemplo, consiga ter sucesso em uma venda por meio de uma comunicação personalizada com seu público. Além disso, o varejo pode adotar campanhas que visam benefícios para o casal, pensando na data sazonal.

Por: Mundo do Marketing

By | 2021-07-17T19:38:20-03:00 08 junho, 2021|Categories: Mercado|Tags: , , , |0 Comments

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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