Nova fase da mídia programática, ascensão dos podcasts e bloqueadores de anúncios são alguns dos desafios que profissionais da área enfrentarão ao longo deste ano.
O ano de 2016 reunirá uma série de eventos que prometem movimentar o Marketing – entre eles, os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo que oferecem oportunidades para a atuação dos profissionais da área, representam também desafios singulares. O site CMO.com ouviu executivos e destacou 10 tendências às quais todos devem estar atentos neste ano. Veja a seguir quais são elas.
1. Mídia Programática 3.0
A primeira versão da programática permitiu a compra automatizada de mídia em inventários digitais. Por meio dos dados, os anunciantes puderam orientar suas peças para targets mais segmentados, aumentando as taxas de conversão. A nova fase estende a prática para a mídia tradicional e deve ganhar força em 2016.
Já há empresas atuando dessa forma, como a Time Inc, que ampliou a compra automatizada ao impresso nos Estados Unidos, e a Dentsu Aegis Network começou a adquirir espaços no modelo da programática no inventário de vídeos on demand da emissora britânica Channel 4.
2. Millennials, vocês não são tão especiais assim
Depois de anos de obsessão aos sucessores da Geração X, muitos pesquisadores estão começando a desafiar o conhecimento convencional a respeito dos Millennials – ou Geração Y. Um estudo da Forrester, por exemplo, mostrou que os hábitos deste grupo no ambiente mobile são bem semelhantes aos de seus pais.
Outro estudo, da agência Carat’s Ray, mostrou que somente 42% dos 85 milhões de Millennials norte-americanos refletem os estereótipos e as generalidades discutidas nas mais de 43 mil reportagens sobre eles publicadas somente em 2015.
3. Oi, Geração Z
Na medida em que a obsessão pelos Millennials diminui, os profissionais de Marketing encontram outro grupo no qual se fixar. Os pertencentes à Geração Z ainda são jovens, mas com as novas ferramentas disponíveis estão mudando consideravelmente comportamentos culturais. Muito do que se pensava sobre como eles usavam os dispositivos móveis está se mostrando equivocado.
Eles saltam de plataforma em plataforma, tanto para fugir da vigilância dos pais quanto da exposição aos anúncios e às outras ações de Marketing. Embora praticamente não tenham conhecido o mundo sem os smartphones, valorizam as interações interpessoais e exigem mudanças na comunicação das empresas.
4. A nova rádio?
Assim como o vídeo por streaming vem sendo considerado a nova TV e os sites, as novas revistas, o podcast está dando nova vida à programação em áudio. Algumas iniciativas feitas nos Estados Unidos já contam com audiências fiéis e até patrocinadores, permitindo-as se monetarizarem. Alguns programas de sucesso locais são a “Serial” (com histórias de crimes reais) – o podcast mais baixado do iTunes – e o talk show de Mark Maron “WTF”.
5. Editores tentam inibir bloqueadores de anúncio
O novo upgrade do iOs do iPhone, que permitiu aos usuários instalar softwares que bloqueiam anúncios criou uma barreira e um desafio para as empresas. O Washington Post foi um dos primeiros a exigir que seus leitores desativassem os bloqueadores para terem acesso ao conteúdo e, mais recentemente, o Yahoo fez o mesmo em seu serviço de e-mail.
A preocupação é com sua rentabilidade. Há a possibilidade de os bloqueadores acabarem com a publicidade digital pura, exigindo que as marcas foquem em conteúdos mais significativo e orientado ao consumidor.
6. Pense globalmente, aja localmente – por favor
Ao mesmo tempo em que os profissionais de Marketing lidam com a economia global com foco no DNA da marca, as batalhas travadas nos quarteirões e mercados regionais tornam-se mais intensas. As companhias precisam permitir que seus times atuem com estratégias verdadeiramente locais para terem sucesso. Ao mesmo tempo, essas equipes precisam estar alinhadas com o posicionamento global da marca.
7. Talento dentro de casa
As marcas que buscam expandir suas ações em tempo real atrairão os talentos de Marketing para dentro de casa e invadirão as agências para conseguir fazê-lo. Os melhores profissionais vão atrás de maiores salários, mais controle e oportunidade de trabalhar em projetos mais significativos dentro das companhias. Ainda assim, haverá dificuldade em encontrar pessoas realmente qualificadas para a totalidade das funções demandadas em um departamento de Marketing.
8. Marcas multissensoriais
O retorno das atenções para as lojas físicas não é novo, mas deve se intensificar em 2016. Experiências imersivas e sensoriais serão um diferenciador prioritário para as empresas no próximo ano. A criação de marcas multissensoriais estará presente nos planos de desenvolvimento, segundo a Landor Associates. O estudo mostra que as companhias darão mais ênfase em treinar funcionários para serem embaixadores, como parte do storytelling delas.
9. Virada da saúde
É esperado que mais empresas explorem a saúde em seu posicionamento de marca em 2016. O bem-estar deve ser trabalhado por meio de ações digitais e analógicas ao longo do ano. Isso porque a combinação de tecnologias vestíveis e novos comportamentos dos consumidores está diante do Marketing. Termos como orgânico, natural e sustentável já permeiam os mais variados setores da economia
Esse é um bom caminho rumo à humanização das marcas. A Nestlé já tirou ingredientes artificiais de parte de seus produtos e a rede de farmácias CVS baniu os cigarros de suas unidades. Essa é uma forma poderosa de atingir os Millennials – apoiando o bem-estar, a consciência do corpo e a alma.
10. Quanto pelos meus dados?
O cabo de guerra entre a busca por dados e a privacidade também é outra tendência sempre presente. Mas os bloqueadores de anúncios e a internet das coisas darão um combustível adicional a ela em 2016. A consequência disso é que o Big Data pode começar a mostrar seus calcanhares de Aquiles.
Por: Mundo do Marketing
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