É o que revela pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). De acordo com o estudo que ouviu 646 consumidores, ansiedade e insatisfação com a própria aparência são os principais motivos que levam os brasileiros a fazerem compras sem planejamento. Ou seja, quatro em cada dez entrevistados (43%) relacionam as compras por impulso a momentos de tristeza ou angústia.
Em nota, o SPC avalia que esse tipo de consumo descontrolado serve como uma espécie de recompensa emocional para esses consumidores.
Entre os que fazem compras movidas por impulsos emocionais, a ansiedade por um evento que se aproxima (festas, jantares e viagens, por exemplo) é o motivo mais decisivo entre consumidores de classes A e B. Por outro lado, a baixa autoestima (insatisfação com a própria aparência) é a razão mais citada entre consumidores das classes C e D. “Na busca pelo prazer imediato ou para exibir um estilo de vida que não condiz com a própria renda, o comprador se alivia momentaneamente, sem se importar com o futuro do próprio bolso”, diz a economista do SPC Brasil Ana Paula Bastos.
Em parcelas
Cerca de 85% dos entrevistados disseram pedir descontos quando fazem compras à vista. No entanto, 37% dos consumidores ouvidos afirmaram que só observam se o valor mensal da parcela cabe no próprio bolso e não levam em consideração a taxa de juros embutida no financiamento.
“Esse comportamento é ainda mais marcante nas classes C e D (42% contra 30% nas A e B), porque são consumidores que estão aprendendo a lidar com o crédito e que têm costume de fazer compras – principalmente as de maior valor – parceladas”, explica Bastos.
Poupança
No total, quatro em cada dez entrevistados (42%) gastam tudo o que ganham e não conseguem poupar. Considerando somente consumidores das classes C e D, o percentual é ainda maior, chegando a 53% ante 28% nas classes A e B. “Isso se deve à menor renda disponível nas classes C e D, impossibilitando estas pessoas de guardarem um pouco de seus salários, depois de pagarem as contas primárias como aluguel, água, luz e telefone”, explica a economista.
Em uma situação hipotética de perda total das fontes de rendimentos, 30% dos consumidores admitiram que não conseguiriam manter o atual padrão de vida nem por um mês.
Já 35% responderam que conseguiriam mantê-lo de um a três meses. Cerca de 17% deles conseguiriam por quatro a seis meses e 10% entre sete e doze meses. Apenas 7% da população conseguiriam manter-se firme nessa situação por mais de um ano.
Por: Folha de São Paulo
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