O setor de bebidas destiladas se mantém alheio às dificuldades econômicas enfrentadas pelo Brasil. Beneficiadas pela alta da renda dos consumidores dos últimos anos, as vendas de uísque cresceram 30% em valor nos 12 meses encerrados em julho, segundo dados da Nielsen. A vodca também está em alta: as vendas subiram 12% no mesmo período.
A expansão é puxada pelas chamadas marcas “premium”, mais caras. No caso da vodca, as garrafas com preço acima de R$ 50 tiveram alta de 43% nas vendas. Já a comercialização de uísque “luxo” e “superluxo” (acima de R$ 90) subiram 49% e 115%, respectivamente.
“O aumento dos custos e do endividamento colocou os brasileiros sob pressão, mas a sofisticação no segmento de bebidas continua forte”, analisa a IWSR, consultoria internacional especializada em bebidas alcoólicas.
O segmento “premium” ainda representa pouco do mercado total, mas a tendência é de alta graças a fatores econômicos e comportamentais. “Na classe A, o consumo é frequente. Já as classes B e C têm acesso pontual a marcas premium. Consomem em momentos especiais, mas veem uma aspiração muito alta ao comprar esses rótulos”, diz Olga Martinez, presidente da Diageo Brasil, dona de marcas como Johnnie Walker e Smirnoff.
Apesar do crescimento recente, o Brasil ainda tem muito espaço a ganhar nesse mercado. Em mercados mais maduros, como os EUA, 40% dos consumidores dizem ter bebido uísque ou vodca nos últimos três meses. No Brasil, esse percentual é de 20% para a vodca e de 15% para o uísque.
Fonte: Folha de S. Paulo
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