Pelo segundo ano consecutivo, as duas categorias surpreenderam e lideraram as vendas do setor, que movimentou R$ 35,8 bilhões em 2014, alta de 24% ante 2013.
A categoria de moda e acessórios se consolidou na liderança do e-commerce em volume de pedidos. Pelo segundo ano consecutivo, ela liderou o ranking, com 17% do total das operações em 2014. Segundo especialistas, os clubes de compra foram os responsáveis pelo crescimento do setor no País, entre eles a Privalia.
No último ano, o comércio eletrônico faturou R$ 35,8 bilhões, com um acréscimo nominal de 24% em relação a 2013. Entre os players mais tradicionais que já operam no canal estão redes como Marisa, Renner, Hering e Alô Bebê. E ainda a C&A – que começou a operar em janeiro deste ano com vendas on-line.
De acordo com o diretor executivo da consultoria E-bit, Pedro Guasti, para as empresas que trabalham com a categoria de moda e acessórios é fundamental investir em canais de venda on-line. “Se a marca trabalha com moda, ela precisa adaptar o sistema para atender a essa realidade, pois o e-commerce não é mais uma tendência no mercado”, afirma.
O especialista aponta uma das ferramentas que podem melhorar a experiência de compra. “O omnichannel também é uma das tendências que devem ser adotadas pelas empresas que buscam destaque no comércio eletrônico”, comentou Guasti. Integrar as lojas off-line com as lojas on-line e oferecer a possibilidade de comprar na loja e receber a mercadoria em casa podem trazer bons resultados para as empresas.
Este é o caso da Alô Bebê, que oferece troca do produtos comprados no site na loja física, ou vice-versa. A empresa também disponibiliza todos os produtos nos dois canais. “As vendas on-line representam 3% do faturamento da empresa, ou seja, o site já representa uma loja física” afirma o diretor de marketing da Alô Bebê, Milton Bueno.
De 2012 – quando o site foi reformulado – para 2015, a operação teve crescimento de 60%. As vendas com a ferramenta de e-commerce no site já existem desde 1999. Para 2015, a empresa espera aumentar a gama de produtos, gerar mais interação e ganhar espaço nos instrumentos de busca da internet.
Na Marisa – uma das marcas tradicionais a investir no canal -, o gerente de divisão de e-commerce, Thiago Pereira, comenta que hoje o on-line é a maior loja da rede em número de vendas, se comparado às lojas físicas.
Segundo ele, isso acontece devido à expertise da rede na área, já que foi a primeira varejista de moda a lançar loja virtual, em 1999. No total, a companhia investirá R$ 115 milhões este ano, entre lojas físicas e no on-line.
Outro exemplo de sucesso na internet é o da C&A, que ampliou a presença nacional no segmento em janeiro último. Antes do lançamento da plataforma, eram 120 municípios atendidos pela marca. Com apenas duas semanas de vendas on-line, mais de 1,4 mil municípios tiveram acesso aos produtos da rede, comentou a C&A.
E-consumidores
O crescimento do mercado on-line tem chamado a atenção de várias empresas. O número mais que triplicou nos últimos cinco anos. Segundo o último balanço lançado pelo E-bit, os e-consumidores saltaram de 17,6 milhões em 2009, para 61,6 milhões em 2014.
Apesar disso, o diretor da consultoria faz um alerta: as empresas que operam no e-commerce precisam otimizar o canal de venda. “É preciso investir em aplicativos para integrar os multicanais e deixar os sites preparados para serem acessado por dispositivos móveis (smartphones e tablets). São sites chamados responsivos, que interagem com o cliente”. A respeito da categoria de moda e acessórios ter surpreendido no País, segundo o E-bit o cenário é comum nos Estados Unidos. E no Brasil, os grandes responsáveis pelo crescimento nas vendas são os clubes de compras, como Privalia e QPechincha, por exemplo.
No mercado, em 2014 foram registradas 61,6 milhões de pessoas na compra on-line. Entre elas, 51,5 milhões realizaram ao menos um gasto em 2014. As demais (10,1 milhões) não compraram pela internet no último ano. Ao relacionar os dados de 103,4 milhões de pedidos feitos pela internet com os do grupo de 51,5 milhões de e-consumidores únicos, é possível ter uma média de duas compras por consumidor, em 2014.
Segmentação
Para Pedro Guasti, da Ebit, os produtos personalizados são a nova tendência do ramo e podem ajudar o empresário a se destacar ao competir no mercado. Atentos a isso, novas marcas se posicionam, como a Liga Retrô e a Yes Retrô.
A Liga Retrô, no mercado há quase nove anos, comercializa camisetas retrô de futebol e este ano a empresa pretende alcançar faturamento de R$ 25 milhões. A bandeira opera com lojas físicas, sendo três próprias e 37 franquias. A marca também aposta em um canal de vendas pela internet. Para 2015, a Liga Retrô irá inovar com camisetas polo comemorativas para esportes como Rugby, basquete e automobilismo. “Neste momento de menor expectativa de consumo, temos de trazer novidades e gerar movimento nas lojas”, diz o fundador e sócio da Liga Retrô, Marcelo Roisman.
A Liga Retrô também trabalha com linhas feminina, infantil, recém-nascido, além de agasalhos e acessórios como chaveiro e livros de histórias de clubes de futebol. A marca atua com mais de 500 modelos e está presente em mais de dez estados, entre eles Rio de Janeiro, São Paulo e Minhas Gerais.
Outra empresa que aposta na linha vintage é a Yes Retrô, com foco no e-commerce. Criada em 2013, a loja possui uma variedade de produtos personalizados que vão de camisetas masculinas de mecânicos das décadas de 1930 e 1940 a acessórios para carros, de decoração, vitrolas portáteis até modeladores de cabelo. A empresa também aposta em moda feminina, com saias, calças de couro e calcinhas de cintura alta. “Em 2015, queremos dobrar o faturamento, com a fabricação de uniformes para as empresas”, afirmou um dos o fundadores da marca, Rodrigo de Vasconcellos. Em 2014, o faturamento da empresa chegou a R$ 60 mil.
Para a coordenadora da Academia de Varejo (do Ibevar), Patricia Cotti , o estilo de décadas passadas é uma forte tendência, o que foi confirmado durante a última feira da NRF (National Retail Federation), maior evento do varejo, realizada em Nova York este ano. “O empresário da moda tem de acompanhar tendências”, reforçou ela.
Por: DCI
Leave A Comment