O desejo dos brasileiros – principalmente das mulheres – em se vestir bem e estar na moda, acompanhado do aumento da renda, impulsiona o mercado da moda no País. O Ibope Inteligência, que mede o potencial de consumo por família com a ferramenta Pyxis, aponta que o varejo de moda deverá movimentar em 2011 aproximadamente R$ 136 bilhões em vendas e o tíquete médio per capita anual ficará em torno de R$ 700.
Antônio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do Ibope Inteligência, explica que o benefício da base de dados em relação a outros levantamentos é o detalhamento das informações. “A ideia é poder oferecer ao mercado o tamanho do consumo familiar, todo consumo que existe na família, em 40 grupos de produtos. Apresentamos o consumo num nível muito detalhado por município e por classe. O consumo é mostrado independente do canal em que a compra é efetuada. Nosso número diz respeito ao consumo domiciliar, tudo que entra na casa, independente de o produto ter sido comprado na feira, no shopping ou pela internet”, afirma Ruótolo.
O Sudeste concentra o maior consumo per capita do Brasil, R$ 899, bem como o maior potencial de consumo no varejo de moda: R$ 73 bilhões, o que representa 54% do volume total do mercado. O executivo do Ibope esclarece que a diferença em relação ao tíquete médio de R$ 700 se deve à renda maior do consumidor na região. “O Sudeste tem consumidores com mais renda. As pessoas compram mais vestuário proporcionalmente no Sudeste”, diz Ruótolo.
Outra observação do executivo é que mais de 50% das roupas que vemos nas lojas, em vitrines brasileiras, são chinesas, importadas. Uma tendência indicada pelo diretor do Ibope é a interiorização do varejo pelas grandes redes. “Está mais difícil ocupar espaço nas grandes capitais. Por isso, os shoppings estão indo para o interior e mais shoppings estão surgindo em cidades de porte médio”, fala ele.
Detalhes
A estimativa de consumo para o varejo de moda do Ibope Inteligência inclui artigos como vestuário, calçados e acessórios. De acordo com o estudo, o segmento de vestuário feminino, masculino e infantil movimentará no ano cerca de R$ 95 bilhões, representando um consumo per capita anual de R$ 492. No setor de calçados e acessórios (incluindo bolas e malas), a estimativa de consumo para o ano é de R$ 40,6 bilhões. O consumo per capita dessa categoria é de R$ 210.
A classe B deverá ser responsável pela maior parcela do consumo: R$ 56,3 bilhões (42% do consumo total de moda). De acordo com o Critério Brasil, a classe B representa atualmente 24% das famílias que residem na área urbana e apresentam renda média familiar aproximada entre R$ 3.000 e R$ 12.000. A classe C deve representar 39% do potencial total do consumo de moda este ano (R$ 52,3 bilhões). Ela corresponde a 50% das famílias que residem em área urbana e têm renda mensal aproximada entre R$ 700 e R$ 2.999.
A cobiçada classe A deverá gastar em 2011 R$ 18,1 bilhões com roupas, calçados e acessórios. Esse grupo representa apenas 2,5% das famílias brasileiras (população urbana) e tem renda média mensal superior a R$ 12.000. As classes DE compõem o menor grupo de consumo para varejo de moda. O volume desse grupo deverá ficar em torno de R$ 8,8 bilhões. As classes DE representam 24% das famílias residentes em áreas urbanas e têm renda média mensal inferior a R$ 700.
O consumo subiu entre todas as classes sociais, observa Ruótolo. “A classe AB sempre consumiu e teve crescimento importante. A classe C entrou no mercado, estava fora, não porque não quisesse comprar, mas porque não tinha poder de compra. O nível baixo de desemprego e o aumento do poder aquisitivo explicam todos os crescimentos, em quase todas as categorias de varejo”, ressalta o executivo. O crescimento do varejo em 2010 foi de 4,1%, na comparação com 2009, sendo que o avanço do varejo de moda foi de 15,79%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE).
Fonte: Propmark
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