Os consumidores brasileiros estão receptivos ao Mobile Marketing. É o que aponta a 7ª edição do Monitor Acision de Valor Agregado Móvel (MAVAM). Cerca de 79,1% dos entrevistados afirmam estarem dispostos a receber mensagens em seus celulares, desde que sua privacidade seja respeitada. O estudo traz ainda as principais oportunidades e desafios para o desenvolvimento do Mobile Marketing no Brasil, mas caberá às empresas entender o que é relevante na comunicação com os consumidores para ganhar mais espaço no mercado.
O levantamento coletou dados de 1.206 consumidores via web e telefone no Brasil, no período de 9 a 21 de fevereiro. O perfil dos entrevistados está na faixa etária de 18 a 65 anos, das classes A, B e C e usuários de telefonia celular. Esta edição apresenta o crescimento do setor no país, que encerrou o ano de 2010 com receita de quase R$ 10 bilhões, representando um aumento de 42% em relação a 2009.
Atualmente, o Brasil conta com 205,15 milhões de usuários de telefonia móvel. No início de 2011, a densidade chegou a 105,74 aparelhos por 100 habitantes. As empresas que dominam este mercado são as Operadoras de Telefonia Móvel, que tem participação de 78,7%. O que sobra, fica dividido entre as empresas de bens de consumo (13%) e serviços (8,8%). Com base nesse cenário, a maior parte das mensagens de Mobile Marketing é de produtos e serviços das próprias companhias de telefonia (34,7%).
Desafios do mercado
O estudo indica que o SMS ainda é a plataforma tecnológica mais eficaz na comunicação móvel com os consumidores. Segundo dados do MAVAM, nos últimos três meses, 88% dos brasileiros utilizaram o serviço. “Quase todas as mensagens enviadas via SMS são lidas. Há mais gente tendo contato com o SMS do que com jornais ou revistas”, afirma Marcelo Castelo, CEO da agência digital F.Biz, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Embora essa perspectiva seja otimista, ainda há um contingente de 31,3% de consumidores que quase não utilizam a tecnologia. Dentro deste total, a falta de interesse é o principal obstáculo mencionado por 77,8% dos entrevistados. Já o preço é uma preocupação para apenas 9,5% dos brasileiros. Este dado apresenta o potencial do mercado nacional, que mesmo operando com uma base de 83% de linhas pré-pagas, demonstra um interesse do consumidor em relação ao serviço.
Há também uma questão cultural a ser vencida. O brasileiro prefere realizar uma chamada a digitar um texto. Para 36,5% dos entrevistados, o SMS irá crescer no próximo ano. Já para mais da metade dos consumidores, 52,5%, o uso da tecnologia se manterá estável. A pesquisa aponta que as empresas terão de oferecer mais do que ofertas e serviços e investir em estratégias de aproximação para conquistar esta parcela do mercado.
Descontos e segmentação geográfica geram mais interesse
Relevância é uma palavra chave na relação com os consumidores. As mensagens que têm se mostrado mais eficientes são as de descontos em roupas e eventos, com 64% de interesse. Este dado mostra que mesmo com a maior parte do mercado na mão das operadoras, o setor de serviços sabe como se posicionar frente à concorrência.
A distribuição de prêmios também é um item mencionado na pesquisa pelos consumidores. Um total de 44% deseja receber estes conteúdos em troca de prêmios ou presentes. Já 49% dos entrevistados estão dispostos a aceitar ações de Mobile Marketing, desde que recebam créditos de SMS ou minutos de voz em troca.
Outro critério destacado pelo estudo como relevante é a localização geográfica. Para 61% dos entrevistados, as mensagens deveriam conter informações sobre shows e eventos próximos aos seus domicílios e locais de trabalho. Já 54% gostariam de receber informações sobre descontos em lojas ou serviços em suas vizinhanças. Esses dados apontam para a necessidade de um investimento em estratégia de segmentação de conteúdos por território.
Smartphones colaboram para expansão do setor
Um dos fatores que impulsionaram o crescimento do Mobile Marketing no Brasil é o aumento do uso de smartphones, seguido pela maior oferta de internet móvel. Um total de 56,5% dos entrevistados acessa a internet pelo celular. “Esse é o ano do Mobile Marketing em nosso país. Com os smartphones compondo 15% da base de telefonia haverá espaço para o surgimento de novos modelos de comunicação, aplicativos e aperfeiçoamento da tecnologia de SMS.”, afirma o executivo da F.Biz.
Apesar das oportunidades, o Mobile Marketing não parece ser o melhor meio para inovações. O levantamento aponta que 65,3% dos consumidores são mais receptivos a mensagens que ofereçam serviços ou produtos usados por eles habitualmente.
O estudo conclui que, para conquistar espaço neste mercado, as empresas devem investir suas ações de Mobile Marketing em estratégias que foquem a personalização do conteúdo e a segmentação dos usuários. Os consumidores estão abertos a se relacionar com as empresas, desde que vejam seus limites respeitados.
Fonte: Mundo do Marketing
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