Levantamento da Abecs (Associação das Empresas de Cartões) apontou que os brasileiros gastaram R$ 1,36 trilhão em compras com cartões em 2017, um crescimento de 12,6% em relação a 2016. Os cartões de crédito registraram R$ 842,6 bilhões, alta de 12,4%, os cartões de débito, R$ 508 bilhões, alta de 12,6%, e os cartões pré-pagos, R$ 6,6 bilhões, alta de 68,8%. Somadas, as transações realizadas com meios eletrônicos de pagamento já representam 32,6% do consumo das famílias brasileiras (contra 30% em 2016).
Dados do Banco Central indicam que o uso do cartão de crédito por brasileiros no exterior também ajudou a impulsionar o crescimento do setor, somando US$ 8,8 bilhões (R$ 28,2 bilhões) e registrando um avanço de 34,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, os gastos de estrangeiros no Brasil com cartões recuaram 3,3%, chegando a US$ 4,3 bilhões (R$ 13,9 bilhões).
As compras não presenciais feitas com cartões de crédito, com destaque para o e-commerce, chegaram a R$ 167,6 bilhões (alta de 16,5%) em 2017, o que responde por 20% de todo o volume transacionado por meio de cartões de crédito. De acordo com pesquisa da Abecs, realizada pelo Datafolha, 80% das pessoas que fazem compras online usam o cartão de crédito nessas transações, sendo que 55% delas preferem o celular como plataforma de acesso ao e-commerce. Em seguida, estão empatados o computador tradicional e o notebook, ambos citados por 38% dos consumidores, e, por último, o tablet, com 4%.
Ainda de acordo com o levantamento da Abecs, o Brasil possui atualmente 5,1 milhões de equipamentos de captura de transações com cartões (POS e PDV) espalhados por todo o território nacional. Devido ao investimento realizado pelo setor nos últimos anos, o país conta com 24,7 equipamentos para cada mil habitantes, estatística similar a países desenvolvidos, como Suécia (25,8) e Reino Unido (32,9), e superior a mercados como França (22,3), China (17,7), Rússia (12,1) e México (7,4).
Os dados mostram ainda que, em 2017, os emissores de cartão de crédito no Brasil desembolsaram R$ 4 bilhões no pagamento de vantagens e benefícios para seus clientes, por meio dos programas de recompensa. O valor é 17,3% maior do que o registrado em 2016, o que significa que o brasileiro tem utilizado cada vez mais os benefícios dos cartões para adquirir produtos e serviços.
O levantamento mostra que, após a implantação da regra do Banco Central que limitou em até 30 dias o prazo de permanência do consumidor no crédito rotativo, em abril do ano passado, a taxa média de juros da modalidade caiu para menos da metade, saindo de 466,4% a.a. (15,5% a.m.) em março de 2017 para 207,1% a.a. (9,8% a.m.) em janeiro deste ano. Ao todo, a taxa anual já acumula uma redução de 56%.
Ainda de acordo com a Abecs, 88% dos usuários de cartão de crédito pagam o valor integral da sua fatura, enquanto apenas cinco em cada cem usam o rotativo como crédito emergencial. Dados do Banco Central mostram que o índice de inadimplência do cartão também caiu no último ano, chegando a 6% em janeiro de 2018 – menor patamar desde o início da série histórica (mar/2011).
Por: Mercado & Consumo
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