Público masculino deverá gastar R$ 20,8 bilhões no setor neste ano.
As compras de produtos de cuidados pessoais pelos homens não se restringem mais a lâminas de barbear e desodorantes. Ganham espaço na cesta de compras itens mais sofisticados como cremes faciais multifuncionais, hidratantes e produtos para cabelo. Atenta a esse comportamento, a indústria de cosméticos amplia o portfólio, de olho em um público que deverá gastar R$ 20,8 bilhões neste ano, valor 6,6% maior do que o do ano passado.
A expansão do mercado de produtos de beleza para homens nos últimos cinco anos impressiona – de R$ 10,1 bilhões, em 2011, para R$ 19,6 bilhões, no ano passado, segundo a consultoria Euromonitor.
O brasileiro prefere, por exemplo, um creme para o rosto, a ser aplicado depois da barba feita, que reúna diversas funções: combata rugas, hidrate por mais tempo, proteja do sol, tenha vitaminas e tire o brilho da pele. Ele quer produtos mais práticos pois gasta menos tempo em rituais de beleza do que a mulher: 28 minutos por dia. A mulher, 42 minutos.
Segundo Elton Morimitsu, analista sênior da Euromonitor, a oferta desse tipo de produto cresce em ritmo acelerado. As vendas de produtos para a pele podem atingir R$ 9,7 bilhões em 2021, crescimento de 34,6% em relação aos R$ 7,2 bilhões do ano passado.
“Os cosméticos ainda enfrentam uma barreira no mercado brasileiro, mas esse tabu está sendo quebrado aos poucos, principalmente pela geração dos ‘millennials’ “, diz o analista, referindo-se a jovens entre 18 e 34 anos.
A Dow Chemical, fornecedora de insumos para cosméticos, informa que 27% dos homens no Brasil já usam produtos para o rosto. “Está acontecendo uma evolução. Anteriormente, o foco das empresas era a mulher. As fabricantes agora dão mais atenção para as formulações desses itens, pois a textura da pele e a forma de aplicação são diferentes para eles, que estão querendo mais produtos para atender necessidades específicas. A duração da fragrância é um desafio para o setor”, diz Flavia Venturoli, diretora comercial para produtos de consumo da Dow.
A preocupação dos homens com a aparência também fomenta o comércio eletrônico. Lojas como Shop4Men e Men’s Market vendem na internet somente produtos para homens.
A Men’s Market, controlada pela Glambox, tem contratos exclusivos com L’Oréal, Keune, Paul Mitchell e chegou a criar uma marca própria, a Vito. Esta foi vendida a Pedro Prellwitz, que saiu da Men’s Market. Da web, a Vito migrou para o varejo físico. Tem cinco quiosques em shoppings paulistanos e há planos de expansão pelo país. Prellwitz prevê faturar R$ 3,6 milhões neste ano.
Fonte: Valor Econômico
Por: Supermercado Moderno
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