Com a piora da economia, o crédito mais caro e o bolso mais apertado, o consumidor mudou o comportamento e fracionou as compras de Natal em 2014. Parte deles já migrou para o comércio eletrônico, enquanto outros postergaram as compras para janeiro, esperando liquidações e saldões. Uma terceira parte antecipou as compras durante a Black Friday, que ocorreu em 28 de novembro e teve apelo de grandes promoções.
O impacto da mudança foi visto no resultado do varejo tradicional. Os shoppings tiveram o menor crescimento nas vendas dos últimos oito anos, com 3% neste período sobre 2013, segundo a Alshop, a associação que reúne lojistas de shoppings.
Enquanto isso, o faturamento do e-commerce continua em ritmo acelerado: as vendas somaram R$ 5,9 bilhões, o que representa crescimento nominal de 37% em relação a 2013, segundo a E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico.
A E-bit atribui o desempenho positivo ao efeito Black Friday, que representou 20% de todo o faturamento. O ingresso de 1,5 milhão de novos consumidores, comprando principalmente por meio de smartphones e tablets, também impulsionou as vendas.
“As datas promocionais tendem a ficar cada vez mais fortes do que as tradicionais, a exemplo do que ocorre no varejo dos EUA”, diz Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), que reúne executivos e empresários do varejo.
Junto com o clima econômico ruim e as dificuldades financeiras dos consumidores, esse fracionamento das compras de Natal pode ajudar a explicar o fato das vendas do varejo para a data terem caído 1,7% neste ano, segundo a Serasa Experian, entre os dias 18 e 24 de dezembro, frente a igual período de 2013.
Fonte: Folha de S. Paulo
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