A quantidade jovens “nem nem nem” (nem estuda, nem trabalha, nem procura emprego) subiu de 15% das pessoas entre 18 e 24 anos, em 2009, para 17,4% em 2012, segundo levantamento dos economista Gabriel Ulyssea, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), e Joana Simões de Melo Costa, com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Desde o início dos anos 90, vinha caindo na população brasileira a proporção desse grupo entre o total de jovens. Nos últimos anos, porém, esse processo se inverteu. Embora a proporção ainda fosse, em 2012, menor do que em 1992 (20%), o ciclo de queda foi interrompido.
No ano passado, dando continuidade à expansão, 4,1 milhões de jovens entre 18 e 24 anos não trabalhavam, não estudavam e não procuravam emprego – 332,78 mil a mais do que dez anos antes, de acordo com outro estudo, conduzido pelo Ibre/FGV com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) 2013. Esses inativos eram 18,1% da população com 18 a 24 anos há um ano.
Nesse grupo etário, 1,906 milhão, ou perto da metade dos “nem nem nem” (praticamente metade) tem ensino médio incompleto, na idade em que essa fase escolar já deveria ter sido superada. A situação financeira atual mais confortável permite que os pais sustentem o filho na escola e diante dos percalços da vida de estudante.
No caso de um freio maior no emprego, porém, tanto Ulyssea quanto Joana esperam uma nova redução do contingente de “nem nem nem”, engrossando a fila dos desocupados. “Quando o mercado de trabalho aperta, todo mundo volta a buscar emprego”, afirma a pesquisadora.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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