Tendência evidenciada em pesquisa da Cappta reflete cautela de clientes de menor renda e também dos que tentam evitar juros altos do rotativo.
O atual momento de retração econômica que o País atravessa começa a se refletir no perfil de uso dos cartões por parte dos consumidores. Segundo os últimos indicadores divulgados pela Cappta, empresa especializada na captura de pagamentos, a preferência pela modalidade débito está caindo, enquanto os registros de crédito sobem.
Em maio, foram registrados, segundo pesquisa da companhia, 2,4 milhões de pagamentos com o dinheiro de plástico na cidade de São Paulo. Destes, 942,6 mil foram debitados diretamente da conta do consumidor. Enquanto isso, 1,4 milhão de registros foram feitos na modalidade de crédito. Os outros 85 mil pagamentos foram realizados com cartões benefício, vouchers e cartões regionais.
“O consumidor que utilizava mais o débito é o que está segurando o consumo. A explicação é que o cliente que possui cartão de crédito tem uma renda maior. Com isso, os bancos fornecem essa modalidade de uso para ele”, diz Rodrigo Rasera, sócio fundador da Cappta.
Ainda segundo o empresário, se antes o uso do débito representava 35% das transações, hoje ele está na casa dos 30%. “Já o crédito passou de 55% para 60% de representatividade”, afirma. Os outros 10% correspondem a cartões de benefícios, vouchers (pré-pagos) e cartões regionais.
Em todo o Brasil, foram movimentados em maio R$ 250,5 milhões com dinheiro de plástico. O resultado é 7% acima do registrado no mês anterior, quando a movimentação foi de R$ 225 milhões. O levantamento foi efetuado a partir dos registros de compras de 7,5 mil estabelecimentos espalhados pelo País.
Para Rasera, apesar do avanço em maio, a perspectiva é de que a movimentação com o dinheiro de plástico diminua nos próximos meses devido à crise econômica. “Maio foi um mês excepcional. Teve o Dia das Mães e sazonalidades como o feriado do Dia do Trabalho, que movimentou viagens. Para os próximos meses, o cenário não é muito animador”, lamenta.
Cautela
De acordo com balanço divulgado ontem pelo Banco Central, os juros do cartão de crédito rotativo, que incidem quando os clientes não pagam a totalidade da fatura, atingiram 360,6% ao ano em maio – a taxa mais alta de todas as modalidades de crédito. Em abril, a média era de 347,5% ao ano. O patamar é o maior desde o início da série histórica, iniciada em março de 2011.
Por: DCI
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