O varejo já sente os reflexos do impacto que os ajustes na economia têm tido no bolso e nas expectativas dos consumidores. Um dos principais termômetros do comércio é o fluxo de clientes nas lojas.
De acordo com dados da consultoria Kantar Worldpanel, a frequência de idas às lojas caiu 9,5% em 2014. Uma parte desse efeito vinha sendo compensada porque, a cada ida ao ponto de venda, o consumidor comprava um volume maior de produtos e o tíquete da compra subia. O crescimento do tíquete médio, porém, desacelerou desde o meio do ano passado.
A baixa frequência pode forçar os varejistas a elevar as promoções para atrair os clientes às lojas, o que tende a ferir as margens. Nas grandes redes supermercadistas, há um esforço para fazer com que o fluxo cresça.
O Grupo Pão de Açúcar viu as vendas se deteriorarem na bandeira de hipermercados Extra ano passado e tem sido mais agressivo em preço e investido mais em comunicação. No Carrefour, o ano também é de tentativas de recuperar os hipermercados, que em grande parte estão sendo reformados.
Para além do varejo supermercadista, dados da empresa de monitoramento Virtual Gate e da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo mostram que até fevereiro o fluxo de clientes, na média de vários segmentos do comércio, já caiu 5,8%.
Caio Camargo, diretor de Relações Institucionais da Virtual Gate, lembra que os próximos meses já não devem ser animadores. Em março, o desempenho pode ser prejudicado pelo clima pessimista gerado com as manifestações de rua. Além disso, abril tem mais feriados, quando o movimento nas lojas cai.
Fonte: O Estado de São Paulo
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