41% deixaram de pagar as contas em dia porque perderam o emprego.
O desemprego disparou como principal causa da inadimplência dos brasileiros, segundo a pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) referente ao 1º trimestre. Nesse período, 41% dos entrevistados não conseguiram pagar as contas em dia em consequência do desemprego.
A diminuição da renda foi o segundo motivo causador da inadimplência, com 18% de menções, crescimento de 7 pontos percentuais na comparação com o 1º trimestre de 2015. O levantamento foi realizado entre 22 de fevereiro e 3 de março.
O desemprego tem afetado a inadimplência principalmente para as famílias que ganham até 3 e entre 3 e 10 salários mínimos, com 49% e 34% das menções, respectivamente. No ano passado, eram de 41% e 30%.
Já o descontrole financeiro como causa do não pagamento da dívida diminuiu nas três faixas de renda observadas: até 3 salários mínimos (de 25% para 13%), entre 3 e 10 salários mínimos (de 31% para 19%) e acima de 10 salários mínimos (de 27% para 16%). Os com renda familiar acima de 10 salários mínimos tiveram aumentando de casos de “esqueceram de pagar” com 24%, contra 19% do mesmo período do ano anterior.
Contas em atraso
O percentual de consumidores que declararam possuir apenas uma conta em atraso passou de 40% em 2015 para 49% este ano. Outros 17% possuem quatro contas ou mais em atraso, contra 23% registrados no mesmo trimestre do ano anterior. A pesquisa mostra que 29% dos consumidores declararam que o valor devido nas contas em atraso não ultrapassa R$ 500. E ao aumentar o valor para até R$ 1 mil o percentual passa para 50% das menções. Para 16%, as contas vencidas ultrapassam o valor de R$ 5 mil.
A percepção do consumidor quanto a estar mais endividado, ou seja, com mais contas para pagar, mas não necessariamente vencidas, aumentou quatro pontos percentuais no primeiro trimestre de 2016, comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, passando de 26% para 30%. Outros 70% dos consumidores se dividem em mais ou menos e pouco endividados.
Renda comprometida
Nos três primeiros meses de 2016, 39% dos consumidores estão com até 25% da renda familiar comprometida com o pagamento de dívidas (era 32% no 1º trimestre de 2015). Outros 61% estão com mais de 25% da renda comprometida com o pagamento de dívidas, vencidas ou não, contra 68% registrados no primeiro trimestre do ano anterior.
Entre as famílias com renda de até 3 e entre 3 e 10 salários mínimos houve aumento da inadimplência em função do não pagamento de empréstimo pessoal – passou de 6% para 10% em ambos os perfis.
Mais de 80% dos consumidores entrevistados querem quitar o valor total das dívidas que causaram a restrição, com maior incidência entre os com renda entre 3 e 10 salários mínimos, passando de 75% para 88%. Os consumidores com renda familiar acima de 10 salários mínimos passam a negociar mais o valor da dívida antes de efetuar o pagamento, com 18% das menções, contra 12% entre os que ganham entre 3 e 10 salários e 15% entre aqueles com até 3 salários mínimos.
Sonhos de consumo
Com a situação econômica, 74% dos entrevistados não pretendem fazer novas compras nos próximos meses, tão logo consigam quitar as dívidas que causaram a restrição. Entre os que pretendem voltar às compras depois de saldados seus compromissos, a compra de um carro zero km continua a ser o sonho de consumo, com 43% dos respondentes, três pontos percentuais acima em relação ao ano anterior. A compra de imóveis vem em segundo lugar, mesmo diminuindo a intenção de 23% para 18% das menções.
Por: G1
Leave A Comment