Com o objetivo de decifrar a classe média brasileira, composta por 108 milhões de pessoas que representam 54% da população, a Serasa Experian e o Instituto Data Popular realizaram um estudo detalhado. Batizado de Faces da Classe Média, o levantamento trouxe dados, como a concentração na região Sudeste do Brasil, com 43%, seguida de Nordeste (26%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e Norte (8%). Sua atividade representou 58% do consumo de crédito no Brasil.
Segundo Thomas King, gerente de produtos da Serasa Experian, um dos pontos que o estudo tentou resolver foi a necessidade de segmentar esse mercado, mostrando a tendência de consumo de cada categoria. Esses dados têm ganhado relevância para um número maior de empresas que elegeram esse público como alvo de seus negócios.
Foram consideradas mais de 400 variáveis para a segmentação e no final, quatro perfis foram identificados: promissores, batalhadores, experientes e empreendedores.
Apesar de menor em volume, o grupo de empreendedores é o mais ativo no consumo, de acordo com King. Esse perfil representa 16% da classe média, com 11,6 milhões de pessoas, e possui a maior renda per capita, com consumo anual de R$ 276 bilhões. Mais escolarizados, bem conectados, estão na faixa média de 43 anos mas continuam em busca da realização de sonhos. E direcionam seus investimentos para educação, eletroeletrônicos, turismo internacional, tecnologia, veículos e entretenimento.
O maior grupo é o de batalhadores que representam 39% da classe média, com 30,3 milhões de pessoas e gastos de R$ 339,8 bilhões. Recorre bastante ao crédito e seus gastos estão quase sempre ligados ao bem estar familiar.
Já os experientes, 20,5 milhões de pessoas que representam 26% da classe média, tem uma idade média de 65,8 anos, pouco acesso à internet e gastam R$ 274 bilhões.
Por fim, há o grupo dos promissores, 19% da classe média e com média de 22,2 anos. Em sua maioria são solteiros com ensino médio completo e altamente conectados. Por suas características, enfrentam algum descontrole financeiro e consideram que o crédito lhes é favorável. O consumo nessa faixa é de R$ 230 bilhões anuais e são mais propensos a gastar com beleza, veículos, educação, entretenimento e tecnologia.
Por: Valor Econômico
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