É esse o valor que 9 cidades do interior de São Paulo movimentarão em consumo. Muito mais, porém, entrará no caixa de empresas de outros tantos municípios. Está na hora de estender o domínio para mais áreas.
O Brasil vive anos dourados, que alcançarão seu ápice no fim desta década, quando o consumo saltará de R$ 2,2 trilhões em 2010 para R$ 3,5 trilhões, segundo estudo da consultoria McKinsey. Cidades de fora da Grande São Paulo estarão entre as líderes em avanço do consumo, além de outras do interior do País. Dos 40 municípios apontados pelo estudo, 11 se encontrarão em São Paulo. Ao supermercadista caberá conquistar a preferência dos clientes.
Campinas, Santos, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Piracicaba, Jundiaí, São José do Rio Preto e Bauru atingirão o topo e deverão, juntas, ter o consumo elevado em quase R$ 21 bilhões. Essas cidades já têm mercado maduro e não se beneficiarão exatamente do aumento do número de consumidores, mas da migração de boa parte do público para produtos e marcas de maior valor agregado. “A população desembolsará mais em suas despesas”, explica Rogério Hirose, sócio de Prática de Varejo da McKinsey. Ele lembra que outras cidades, menores, também prosperarão, porém puxadas pela inclusão de mais pessoas no mercado do consumo. É o caso de Hortolândia e Sertãozinho, que prometem registrar crescimento anual em valor de 12% cada. Isso graças ao aumento de renda das famílias locais. “Essas áreas darão um salto percentual porque ainda têm uma base de consumo modesta”, esclarece.
Programas sociais, aumento da taxa de emprego e da renda, políticas governamentais de incentivo ao consumo, e o chamado bônus demográfico (quando a maioria da população se encontra em idade produtiva e, portanto, em condições de gastar) continuarão contribuindo para que o consumo cresça em volume e valor em todo o Brasil, incluindo o já desenvolvido interior paulista.
Para os varejistas a notícia não poderia ser melhor. Mas também impõe desafios consideráveis, que não devem ser subestimados. Será preciso adaptar com frequência o sortimento; ajustar ainda mais o relacionamento com a indústria; construir CDs e definir processos eficientes de recebimento e abastecimento de lojas. A execução terá de dar saltos de qualidade, e o supermercadista terá de olhar com mais atenção as oportunidades de expansão. Afinal, isso será importante para não perder mercado e ganhos de escala. Quem gosta da ideia de ser adquirido também terá de se preparar. As empresas bem azeitadas são as que têm maior chance de ser negociadas por um bom preço.
“Para varejistas de outras regiões, o interior de São Paulo também pode ser uma boa opção, mesmo considerando que os mercados mais maduros, como Campinas e Ribeirão Preto, contam com regionais fortes, além de redes nacionais estruturadas”, diz Silvio Laban, especialista em varejo da escola Insper. Segundo o professor, as empresas de fora deverão adquirir lojas da cidade, em vez de optar pelo crescimento orgânico, bem mais demorado e complexo.
O alto potencial de consumo, contudo, não deve ser o único indicador para expansão dos negócios. Segundo Nivaldo Tristão, diretor da In- Site Geomarketing, empresa especializada em identificar bons pontos comerciais, deve-se analisar também fatores como concentração ou pulverização de redes. Exemplo: se a cidade possui saturação de lojas/área de vendas, mas concentra os estabelecimentos em certas localidades, possivelmente há espaço em bairros mal atendidos ou com potencial para nichos de consumo. “Se, por outro lado, o município registra pouca concorrência entre lojas, mas essa concorrência está bem distribuída e atua de forma plena, possivelmente há pouca oportunidade mercadológica”, esclarece Tristão. Para ele, desde que realizados os estudos necessários para identificar as melhores áreas e os tamanhos e formatos de loja, os resultados no interior de São Paulo serão dos melhores. Além das cidades apontadas pela McKinsey, a consultoria InSite identifica outros municípios: São Vicente, Franca, Taubaté, Limeira, Americana, São Carlos, Guarujá, Praia Grande, Araraquara, Indaiatuba, Sumaré, Presidente Prudente, Marília e Rio Claro. Para Tristão, o mercado é amplo, ainda mais promissor, e o empresário só não deve se descuidar do mantra: EU sou o SEU supermercadista.
Expansão Já
Não basta decidir abrir lojas nos lugares com maior potencial de consumo. Para obter sucesso é preciso estudar bem cada mercado. Veja dicas de especialistas:
- Estudar tamanho e eficiência da concorrência local;
- Analisar concentração ou pulverização de lojas por bairro de cada cidade;
- Abrir nova unidade só quando o crescimento projetado para a loja anterior se concretizar;
- Estudar os formatos mais adequados;
- Adequar o sortimento – mercados maduros exigem sofisticação, mercados pequenos ainda querem o básico;
- Analisar a logística – localização dos CDs, condições de estradas, distância dos principais fornecedores, etc.;
- Estimar oferta de mão de obra.
Por: Supermercado Moderno
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