O Iflux, indicador que mede o fluxo de pessoas em shoppings centers no Brasil, medido pelo Ibope Inteligência, manteve crescimento em agosto, apesar do ritmo mais modesto do que no mês anterior. Em agosto, o indicador cresceu 2% em comparação com o mesmo período de 2018, após alta de 5,9% em julho. O fluxo foi favorecido pelo desempenho positivo durante a semana que antecede o dia dos pais, com crescimento de 1,1% entre os dias 5 e 11 de agosto, comparado ao resultado da mesma semana de 2018 (+4,1%).
Além disso, em agosto, a confiança dos consumidores, medida pela FGV, também mostrou crescimento na comparação com o mesmo mês do ano passado, com alta de 6,8% – terceiro aumento consecutivo nessa métrica. A melhora da confiança, ainda que em níveis inferiores ao início do ano, resulta do maior otimismo das famílias com a situação atual. Na abertura por classes de renda, o aumento em agosto ocorreu em famílias com menor poder aquisitivo.
Dado que o mercado de trabalho continua com desempenho moderado, o movimento das famílias em classes de renda mais baixa parece se atrelar à liberação dos recursos do Fundo de Garantia (FGTS), uma vez que a expectativa é que o valor liberado possibilite o pagamento de dívidas em atraso e estimule o consumo em meses seguintes.
Além da confiança, outro fator importante para a manutenção de crescimento do varejo é a trajetória da renda disponível – parcela do orçamento disponível após gastos com itens de primeira necessidade. Após pressões inflacionárias mais fortes no começo do ano que pressionaram o orçamento familiar, esse indicador começou a mostrar melhor desempenho, acompanhando o quadro inflacionário controlado. Entre os itens, destaca-se a trajetória dos preços de “alimentação no domicilio”, produto de primeira necessidade com maior peso no cálculo da renda disponível, que desde maio vem mostrando deflação e gerando certo alívio financeiro nas famílias.
Assim, tendo em vista o crescimento mais contido do Iflux em agosto e os sinais da confiança dos consumidores e do quadro inflacionário, a expectativa é que o volume de vendas do comércio varejista continue em trajetória de crescimento, mesmo que em menor ritmo do que o mês anterior.
A projeção preliminar da Tendências para as vendas do varejo restrito (PMC) é de +1,6% em relação a agosto do ano anterior, após crescimento de 4,4% em julho.
Exercícios realizados pela Tendências mostram que o Iflux guarda boa correlação estatística com o indicador de consumo das famílias no PIB e, mais especificamente, com o desempenho do comércio varejista medido pela Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE (PMC), sendo, portanto, um indicador relevante para monitorar a atividade econômica do País. Além disso, o Iflux antecede os resultados da PMC, já que a pesquisa do IBGE é divulgada com defasagem de dois meses.
Por: Mercado & Consumo
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