O frequentador de shoppings no Brasil está mais velho, escolarizado e usando mais ônibus e metrô para chegar aos centros comerciais.
É o que mostra um estudo da Abrasce, associação que representa os shoppings, sobre o perfil dos clientes em 2012.
O levantamento mostra um aumento da parcela de usuários a partir de 45 anos de 19% em 2006 para 26% neste ano.
A proporção de visitantes com curso superior também subiu na comparação com seis anos atrás. E a fatia dos que vão ao shopping de transporte público, que havia diminuído entre 2006 e 2009, cresceu agora.
O estudo revela ainda que, nos últimos três anos, a parcela de frequentadores que vão ao shopping a partir do local de trabalho aumentou de 21% para 29%. Além disso, 44% dos usuários vão aos centros comerciais sozinhos na maior parte das vezes.
“As mudanças refletem os novos hábitos de vida dos consumidores”, afirma Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce.
“Hoje, principalmente nos grandes centros urbanos, como São Paulo, o shopping é uma das alternativas mais procuradas para o almoço no dia de trabalho, por exemplo. Além disso, há mais estabelecimentos próximos a estações de metrô e ônibus.”
Veiga destaca ainda que, embora fazer compras ainda seja a principal motivação da ida ao shopping, a maior oferta de serviços e lazer nesse ambiente contribui para atrair a clientela.
O valor médio gasto por pessoa nas visitas, porém, diminuiu de R$ 165 em 2009 (valor atualizado pela inflação) para R$ 148.
Na avaliação de Veiga, a redução não preocupa. “As pessoas estão mais cautelosas com seu dinheiro, o que é saudável. Mas o shopping não perde, pois há aumento do número de usuários.”
Em 2011, passaram, nos 430 shoppings do país, 376 milhões de visitantes por mês, movimentando R$ 108 bilhões no ano –valor 18,6% maior que o de 2010.
A estimativa é que, em 2012, o número de visitantes seja 10% maior, e o volume de vendas, 12% mais elevado. Em julho, havia 441 shoppings no Brasil.
O levantamento revelou também, pela primeira vez, a presença de frequentadores da classe D. “O percentual, embora baixo [1%], é relevante por retratar a inserção desse público, que tende a aumentar”, diz Veiga.
Apesar das mudanças das características dos usuários, mulheres até 29 anos, da classe B e com ensino médio completo permanecem como o perfil predominante.
Por: Folha de São Paulo
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