A Copa do Mundo no Brasil foi ruim para a indústria de beleza em geral, que registrou queda nas vendas em maio e junho, período que antecedeu o torneio. “O que vendeu foi só cerveja, picanha e carvão”, brinca João Carlos Basilio, presidente da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). Apesar do efeito negativo, o faturamento da indústria cresceu 11% no primeiro semestre, uma alta real de 5,5% em relação a igual período do ano passado.
“Diante do quadro que se apresenta, podemos dizer que estamos nos safando bem”, disse o presidente da associação, João Carlos Basilio, ao citar as quedas apresentadas recentemente por outros setores industriais, como o automobilístico e o de máquinas. A desaceleração do crédito, fator que prejudica a indústria de bens duráveis, de certa forma beneficia setores como o de Cosméticos, que tem preços menores. Cerca de 2,5 mil empresas atuam no Brasil, e as maiores são Natura, Unilever, Boticário, P&G, Avon e L’Oréal.
A indústria de beleza elevou em 5,2% os investimentos neste ano, com R$ 14,1 bilhões aplicados em marca, ativos e pesquisa e desenvolvimento. Atualmente, diversas empresas inauguraram ou estão construindo fábricas para suportar o volume de vendas que continua crescendo. Até abril, a alta foi de 7% em relação ao primeiro quadrimestre de 2013.
O segundo semestre é historicamente melhor para o setor, mas não deve apresentar grande mudança. A Abihpec estima que o faturamento das fábricas alcance R$ 42,6 bilhões este ano, com alta de 11,8% ante 2013.
A venda de produtos ao consumidor vai ultrapassar a marca de R$ 100 bilhões no ano, após atingir R$ 91,6 bilhões em 2013. Para proteger suas participações de mercado, as indústrias estão mais agressivas. A demanda por produtos do setor é estimulada com aumento de investimentos em marketing, promoções e lançamentos, segundo Basilio. “O mercado está cheio de promoções em todos os canais”, disse. A estratégia deve acarretar perda de margem para as empresas. “Faz parte do jogo. É um mercado muito grande, em que 1% de ‘market share’ representa R$ 1 bilhão, por isso requer muita atenção de todas as empresas”, afirmou o executivo.
Fonte: Valor Econômico
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