O alto custo do crédito elevou a cautela do consumidor, que pensa agora duas vezes antes de se comprometer com novas dívidas. Essa postura foi a responsável pelo leve recuo na parcela de famílias endividadas em junho, que ficou em 62,5%, em comparação com 62,7% em maio, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), que divulgou a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor). O percentual também é menor que os 63% do mesmo período do ano passado.
Porém, a responsável pelo levantamento, a economista Marianne Hanson, fez uma ressalva: o crédito mais caro elevou de 29,1% para 30,3%, de maio para junho, a parcela média da renda comprometida com dívidas. O percentual este mês, alertou, é muito próximo do recorde registrado na Peic, de 31,6%, em março de 2012.
Marianne comentou que o menor ímpeto por tomar novas dívidas tem reduzido as compras de varejo. “Há um ritmo mais moderado no consumo, e podemos observar isso em segmentos como de bens duráveis, como automóveis, por exemplo”, afirmou ela, citando produtos de maior valor agregado, cuja compra é realizada principalmente por meio de crédito.
Em junho, o cartão de crédito continuou a ser a modalidade de dívida mais lembrada, sendo citada por 76,1% das famílias endividadas, seguido por carnês (16,4%); e financiamento de carro (13,4%).
Fonte: Valor
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