s grupos compostos por mulheres, negros e idosos serão os segmentos de consumidores que irão liderar o consumo no Brasil, nos próximos 12 meses. A constatação faz parte da pesquisa “O Varejo pelo olhar do Consumidor”, do Instituto Locomotiva, que ouviu 1500 brasileiros, com 18 anos ou mais, entre os dias 15 e 28 de junho.
A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais. Esses segmentos são chamados pela pesquisa de Clube do Trilhão, pois abordam as diferentes populações que movimentarão mais de R$ 1 trilhão nos próximos 12 meses. Esses grupos vão liderar o consumo no país, segundo a pesquisa.
Mulheres
Entre esses grupos, estão as mulheres, que já somam 108 milhões no Brasil, um número que poderia ser considerado o 13º paÍs mais populoso do mundo. Com renda própria, de acordo com o estudo, elas movimentam R$ 1,9 trilhão na economia brasileira ou 41% de todo dinheiro que circulará pelas mãos dos brasileiros.
Grey Power
Outro grupo é o chamado de Grey Power, formado por homens e mulheres com 50 anos ou mais. São 59 milhões de brasileiros nesta faixa etária, que movimentarão aproximadamente R$ 2,1 trilhões por ano.
Negros
A população brasileira cada vez mais se considera negra, como mostra o gráfico abaixo. E, de acordo com a pesquisa, os negros movimentarão aproximadamente R$ 1,9 trilhão nos próximos 12 meses.
Clientes exigentes
O estudo mostra ainda que os consumidores estão mais exigentes em relação aos seus direitos. 89% dizem que quando vão às compras têm mais consciência dos seus direitos do que tinham no passado. E 77% afirmam exigir mais os seus direitos hoje do que há 10 anos.
O levantamento revela também que a população está mais exigente em relação à postura das empresas. 85% concordam que as companhias devem respeitar a diversidade de seus clientes. E 83% afirmam que gostariam de ser mais ouvidos pelas empresas.
Outro ponto relevante é que 2 em cada 3 consumidores dizem preferir marcas e empresas que tenham valores parecidos com os seus. No entanto, os brasileiros, de acordo com o estudo, não enxergam nas empresas os valores que enxergam em si mesmos.
Consumidores mais conscientes
Um número preocupante para o setor é que é que 67,9 milhões de brasileiros não se identificam com nenhuma marca de empresas varejistas. Além disso, muitas vezes também não se sentem respeitados por elas. 88% afirmam que as empresas não se importam com seus consumidores, apenas com seus lucros.
“Nós temos um brasileiro cada vez mais informado, mais exigente, mais experiente e que aprende com os próprios erros. Eu arrisco a dizer que a única coisa que cresceu no Brasil, durante a crise, foi o consumidor e a capacidade de comprar bem dos consumidores brasileiros”, afirmou Renato Meirelles, presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva.
Ele explica que “por outro lado, é um consumidor muito mais desconfiado, que passa a usar a rede mundial de computadores, que sabe do seu poder e usa esse poder na relação com o varejo e com as marcas”. De acordo com Meirelles, esse é um consumidor muito mais mobilizado e engajado para temas sociais do que no passado. E isso provoca um novo desafio para o varejo. “Faz ou não faz sentido ter uma coleção unissex de roupa, por exemplo?”, questiona Meirelles.
Empresas precisam se reconectar com os clientes
Renato Meirelles citou três convergências de comportamento que ditarão a relação do consumidor com o varejo.
- Reconexão ou morte: Varejo precisará se reconectar com o consumidor ou terá que sacrificar as suas margens
- Radicalização do custo benefício: Já foi o tempo em que produto vagabundo e baratinho conquistava o consumidor
- Fim das fronteiras entre canais: Cada vez mais multicanal, o consumidor espera encontrar no varejo uma solução integrada de portfólio, crédito e relacionamento.
Por: Rafael Chinaglia, E-Commerce Brasil
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