Topo da pirâmide sofreu com cenário ainda complicado para o mercado de trabalho em 2017.
O departamento de pesquisas e estudos econômicos do banco Bradesco calcula que 900 mil pessoas deixaram de integrar as classes A e B no ano passado, apesar do término da recessão econômica e do início da retomada do emprego. A classe A, composta por famílias com renda mensal superior a R$ 11 mil, perdeu cerca de 500 mil integrantes em 2017, passando a contar com 10,3 milhões de brasileiros, o equivalente a 4,9% da população do País. A análise do Bradesco tem como base dados de pesquisas domiciliares realizadas pela IBGE.
Tendência semelhante, porém menos acentuada, foi observada pela LCA Consultores. Na análise da consultoria, 441 mil brasileiros deixaram as classes A e B no ano passado. O critério utilizado pela LCA considera como classe A ter renda familiar per capita superior a R$ 3.566,00. Para a consultoria, esse contingente caiu de R$ 13,1 milhões para 12,8 milhões, uma redução de 2,3% no ano passado.
Essa queda na pirâmide social é reflexo da crise ainda bem presente no mercado de trabalho em 2017. A recuperação do emprego teve início no ano passado, mas sobretudo em postos de trabalho que exigem menor qualificação e cujos salários são mais baixos, muitos deles informais. “Mesmo quem conseguiu se recolocar em empregos formais, provavelmente obteve um salário menor do que antes”, afirma Cosmo Donato, economista da LCA Consultores.
Fonte: Valor Econômico
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