O setor da construção é de grande importância para o desenvolvimento de um país, tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista social. No Brasil, a importância deste setor para a economia pode ser mensurada por sua participação no PIB nacional: 13,7% das riquezas geradas no país provém do setor da construção.
De modo geral a cadeia produtiva da construção pode ser segmentada em quatro principais grupos: indústria de produção de bens, indústria da construção, comércio de material de construção e serviços especializados. Dentro desta cadeia, o comércio de material de construção representa 14% do total, contribuindo com 1,9% do PIB nacional.
O desempenho do comércio de material de construção
Impulsionado pelo bom desempenho do setor imobiliário ocorrido nos últimos anos, o faturamento do varejo de material de construção também tem apresentado resultados acima da média. Entre 2003 e 2008, este setor do varejo cresceu 117%, ficando acima tanto do crescimento nominal do PIB (78% no mesmo período) quanto do crescimento total do varejo (106% entre 2003 e 2008).
Em 2011, a estimativa feita pelo IBOPE Inteligência é que o setor irá disputar um mercado potencial de R$ 76,4 bilhões.
O potencial de consumo estimado para o varejo de material de construção tem como origem famílias de diferentes padrões econômicos. O segmento de maior peso e que deverá gerar o maior volume de consumo e vendas são as famílias de classe B. As famílias deste perfil econômico têm renda média mensal de aproximadamente R$ 7.500 por mês e representam 23,5% do total de domicílios urbanos em todo o país. A estimativa é que este grupo seja responsável por 43% do faturamento do setor, o que representa em valores financeiros R$ 33 bilhões no ano.
Para atender este mercado potencial, o varejo de material de construção conta atualmente com 135 mil estabelecimentos comerciais, a maior parte (68%) são pequenos estabelecimentos com quatro funcionários ou menos, o que mostra o quão pulverizado ainda é este setor.
Região Sudeste – O maior volume
A maior parte do mercado varejista de material de construção encontra-se na região sudeste. Os quatro estados que compõem esta região concentram 54,5% do potencial de consumo e 48% dos estabelecimentos comerciais. E, além de ser um mercado de volume, este é também um mercado qualificado, a renda média das famílias na região sudeste é 23% superior a média nacional. Não por acaso, é nesta região que estão instaladas a maior parte das lojas no formato “home center” existentes no país.
Região Sul – Maior concorrência
A região sul apresenta um potencial de consumo para material de construção da ordem de R$ 13,1 bilhões que é disputado por 27 mil estabelecimentos comerciais. Trata-se de uma região de forte concorrência, o que pode ser comprovado pela produtividade do mercado: R$ 480 mil para cada estabelecimento comercial, valor que está 15% abaixo da média nacional que é de R$ 567 mil para cada estabelecimento.
Região Norte e Nordeste – Mercado potencial no segmento de baixa renda
As regiões norte e nordeste contam com uma população de 70 milhões de habitantes (36% da população total do país), mas apenas 20% do potencial de consumo de material de construção esta localizado nestas duas regiões. Este é um mercado em desenvolvimento, com muito espaço para crescimento, mas que ainda apresenta maior oportunidade para os produtos que têm como foco o consumidor de baixa renda. Não por acaso, o número de pequenas lojas de material de construção é proporcionalmente maior nesta região (72%) do que o observado no total do país (68%).
Região Centro Oeste – Mercado promissor
Sob vários aspectos a região Centro Oeste pode ser considerada um mercado promissor para o setor de material de construção:
1. O perfil de renda da população é o segundo mais alto do Brasil;
2. A região apresenta a maior taxa de crescimento de novos domicílios em todo o país;3. É um mercado de média concorrência, a relação entre demanda e oferta está próxima da média nacional.
Porém, do ponto de vista de volume, a região Centro oeste ainda é um mercado de pequeno porte, apenas 8% do potencial de consumo para material de construção do país provém desta região. Mesmo assim, de olho no futuro, grandes redes como a francesa Leroy Merlin já se instalaram na região e o esperado é que outras empresas do setor façam o mesmo.
Perspectivas de Futuro
A atual conjuntura econômica tem favorecido bastante o varejo de material de construção. O aumento crescente da oferta de crédito para o setor imobiliário, aliado ao aumento real da renda do trabalhador e às baixas taxas de desemprego, impulsionou o setor nos dois últimos anos e deve mantê-lo aquecido também em 2011.
O maior desafio, no entanto, esta na profissionalização das empresas deste mercado. Há alguns anos havia a expectativa que o varejo de material de construção seguisse os passos do ramo supermercadista, passando por um processo de profissionalização que resultaria no surgimento de grandes operadores de atuação nacional. Isto não aconteceu e o mercado ainda é dominado por pequenas empresas, muitas das quais ainda operam na informalidade.
Fonte: Ibope Inteligência
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