Resultado de estudo desenvolvido em parceria com a Serasa Experian e com o Ibope foi analisado na 5ª edição da Série Cidadania Financeira. Documento está disponível no site do BC.
Embora 64% dos brasileiros afirme pagar suas contas em dia, 56% dos entrevistados assumiram não fazer orçamento doméstico ou familiar, e 69% afirmaram não ter poupado nenhuma parte da renda recebida nos últimos 12 meses. É o que mostra o relatório Competências em educação financeira: descrição de resultados da pesquisa da Rede Internacional de Educação Financeira adaptada e aplicada no Brasil, divulgado pelo Banco Central (BC).
Os dados revelam que, mesmo que haja atitude positiva frente às decisões financeiras, refletindo a intenção de equilibrar o orçamento – afinal 72% dos entrevistados pensam se poderão pagar uma compra – o comportamento, na prática, tende a ser contraditório. Poucos têm o hábito de poupar, e os que poupam guardam apenas pequena parte da renda. A falta de hábito de poupança atinge todas as faixas etárias, principalmente nas faixas de renda inferiores, resultando em baixa capacidade de arcar com despesas imprevistas.
Dos 31% que pouparam parte da renda, mais da metade guardou menos do que 10%; 30% pouparam entre 11% e 20% da renda; 12%, entre 21% e 30% dos vencimentos; e apenas 5% afirmaram ter poupado mais de 31% do dinheiro recebido nos últimos 12 meses. Esse resultado indica que, além de o percentual de poupadores ser baixo, a parte da renda reservada à poupança não é elevada.
A avaliação daquilo que cabe no orçamento, sempre com a necessidade de poupar em mente, é um dos principais desafios dos consumidores financeiros. Segundo o diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do BC, Isaac Sidney, essa responsabilidade também se estende aos provedores de serviços. “Um banco que não se preocupa em conscientizar o cliente hoje, quanto às oportunidades e riscos do negócio, está fadado a lidar com um potencial inadimplente amanhã”, pondera.
“O foco do BC moderno é o bem-estar financeiro da população, o que contribui para a estabilidade do sistema financeiro e o desenvolvimento econômico sustentável do país”, defende Isaac Sidney. “Esse é um trabalho de longo prazo que requer foco e dedicação. Por isso, o BC, por meio de parcerias com entidades públicas e privadas, tem difundido ações de educação financeira em todo o Brasil.”
De acordo com o levantamento publicado, o cartão de crédito é o produto financeiro mais utilizado por 45% dos respondentes, seguido pelos carnês de lojas e pela conta poupança. Cartão de crédito, carnê de lojas e empréstimo pessoal são produtos mais utilizados por mulheres do que por homens: 26,5% das mulheres entrevistadas utilizam o carnê de loja, enquanto apenas 19,9% dos homens os adotam. A conta poupança, o cheque especial e o financiamento do carro são produtos mais utilizados por eles do que por elas.
Os participantes responderam ainda perguntas para mensurar o conhecimento sobre educação financeira. Apesar do histórico de inflação do país, o tema inflação foi um dos que apresentaram o menor percentual de acerto. Apenas 27% das respostas em relação a esse tema estavam corretas. O maior grau de precisão das respostas foi para questões relacionadas a orçamento familiar (90%), direito do consumidor (92%) e juros no cartão (92%).
Por: Banco Central
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