O Telegram é o aplicativo de mensageria de crescimento mais rápido no Brasil nos últimos dois anos. Está presente agora em 45% dos smartphones nacionais. Trata-se de um aumento de 10 pontos percentuais em apenas seis meses e de 18 pontos percentuais em um ano. É o que revela a nova edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel no Brasil.
Provavelmente, a aceleração recente do Telegram pode ser atribuída à crise de comunicação do WhatsApp sobre seus novos termos de serviço em janeiro de 2021. Vale destacar que pela primeira vez, de acordo com a mesma pesquisa, o WhatsApp registrou uma queda acima da margem de erro em usuários que o acessam todo dia, baixando de 95% para 86%.
Dados demográficos
O Telegram é mais usado pelo público jovem, entre 16 e 29 anos: está instalado em 50% dos smartphones desse grupo etário. É também mais comum entre brasileiros das classes A e B, presente em 58% dos seus smartphones, do que entre aqueles das classes C, D e E (42%). A comparação por gênero dá empate dentro da margem de erro, mostrando uma penetração do Telegram um pouco maior entre homens (47%) do que entre mulheres (44%).
Engajamento ainda baixo
Todavia, o Telegram não conseguiu ainda engajar para valer essa crescente base de usuários. A proporção dos que declaram abri-lo todo dia ou quase todo dia é de apenas 46%, menos da metade verificada no WhatsApp. E ainda por cima caiu seis pontos percentuais em seis meses. No mesmo intervalo de tempo, a proporção de usuários do Telegram que relatam nunca ou quase nunca abri-lo subiu de 16% para 21%. Ou seja, o mensageiro aumenta sua base instalada, mas os novos usuários não o utilizam com a mesma frequência do WhatsApp.
Uma das razões para o baixo engajamento é o usuário não ter no Telegram a mesma rede de amigos, familiares e colegas de trabalho que possui no WhatsApp. Isso se reflete na baixa participação em grupos de família e trabalho no Telegram. Enquanto 74% dos usuários do WhatsApp participam de grupos de família e 57%, de grupos de trabalho, no Telegram os percentuais são de 16% e 19%, respectivamente. Foi a primeira vez que a pesquisa mediu a participação em grupos com temas específicos nos dois aplicativos.
A pesquisa entrevistou entre 20 e 27 de janeiro 2.026 brasileiros que possuem smartphone. O relatório integral está disponível para download gratuito aqui.
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