Depois da pior recessão e queda de vendas da nossa história, o consumidor enfim dá demonstrações de que retoma as compras. Segundo levantamento do IBGE, das dez atividades de varejo monitoradas em setembro de 2017, sete tiveram resultados positivos na comparação anual. Puxando a lista, o segmento de “móveis e eletrodomésticos”, fechando em 16,6%. Já a atividade “artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria”, fechou com crescimento real de 8,3%. A atividade “tecidos, vestuários e calçados”, novamente obteve resultado positivo. Já os “hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo”, apontou alta de 6,0%, obtendo o crescimento mais elevado desde abril.
É o quinto crescimento consecutivo, recuperando-se de um começo de ano ruim que foi comprometido principalmente pela elevação dos preços dos produtos. A variação acumulada no ano fechou em 1,0%. Além destes indicadores, outros sustentam o otimismo. A inflação, que tanto comprometeu o poder de compra das famílias, deu trégua este ano. Com a desaceleração dos preços, os juros também caíram. E, se há uma receita que agrada aos consumidores, é a possibilidade de comprar produtos à vista, com preços mais em conta, ou em prestações que caibam no orçamento.
Estes indicadores ajudam o comércio prever que tenha as melhores vendas de fim de ano dos últimos 4 anos. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), este natal devem registrar aumento tanto nas vendas quanto na abertura de vagas temporárias. Serão R$ 34,3 bilhões movimentados até dezembro, um avanço de 4,3% nos negócios no varejo.
Com o aumento nas vendas, o comércio já começa a se preparar para receber o maior fluxo de consumidores nas lojas. Para suprir a demanda, entre e setembro e dezembro deste ano devem ser contratados cerca de 73,1 mil trabalhadores temporários, um avanço de 10% em relação ao ano passado.
Ainda é pouco, é verdade, mas demonstra claramente que o pior já passou. Importante dizer porém que a retomada será gradual e deve ser cercada de cautela. Lembre-se que o panorama político ainda está nebuloso e isto tem amedrontado os investidores. O consumidor também não está eufórico. Está voltando a comprar apenas o que precisa, sem assumir grande endividamento. Afinal, passou por dificuldades nos últimos anos e isto está muito recente na sua memória. Mas ao mesmo tempo, está de olho em boas oportunidades e também está mais racional, buscando fazer uma análise mais criteriosa, adquirindo produtos e serviços que ofereçam o melhor custo X beneficio.
Aliás, considerando estas premissas, 2018 indica que as atividades do varejo mais promissoras serão justamente às que estão em plena sintonia com este momento do consumidor. Oferecer mais por menos, sem luxo, sem ostentação, mas que atendam seus anseios e necessidades. Alguns varejistas com forte crescimento apontam isto: a rede de academias Smart Fit, as clínicas rápidas do Dr Consulta, a rede de vestuário fast fashion Renner, as lojas de preço único da Daiso, as padarias da Benjamin, as redes de fast food e de comida por kilo, os atacarejos, os home centers e as drogarias serão alguns dos varejistas que liderarão as expansões varejistas para 2018. Feliz ano novo!!!
Por: Mercado & Consumo
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