As vendas do varejo na cidade de São Paulo caíram 3,2% em junho ante igual mês do ano passado e 4,5% na comparação com maio, segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) calculados com base em amostra da Boa Vista Serviços. Segundo o economista da ACSP, Marcelo Solimeo, a queda ante junho de 2018 é explicada pelos dois dias úteis a menos este ano.
As vendas à vista recuaram 5,2% e as compras a prazo declinaram 1,2% na comparação interanual, enquanto, na margem, as vendas a prazo cresceram 1,1% e as compras à vista caíram 10%.
No primeiro semestre, por sua vez, o varejo paulistano avançou 1,6% frente ao mesmo período de 2018, sendo 0,8% nas vendas a prazo e 2,3% à vista. Da mesma forma, em 12 meses, houve alta de 1,6% (2,9%, vendas a prazo, e 0,2%, à vista).
Solimeo avalia que o resultado do primeiro semestre é “fraco”. “Reflete o atual momento de inércia da atividade econômica. A perda de fôlego é ainda mais acentuada quando olhamos para o primeiro semestre do ano passado, período em que o varejo havia registrado elevação de 2,9%. Somente novos cortes na taxa básica de juros e reduções no recolhimento dos compulsórios dos bancos poderão reverter essa desaceleração”, disse o economista.
Ainda sobre o desempenho no primeiro semestre, Solimeo afirma que o crescimento maior do sistema à vista, que corresponde basicamente aos setores de vestuário, calçados, adereços e objetos de uso pessoal, em relação ao sistema a prazo, que engloba móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, é justificado pela conjuntura macroeconômica.
“As pessoas não têm dinheiro sobrando, portanto, tendem a comprar produtos de menor valor. O consumidor está fugindo de prestações. A queda da confiança, o desemprego elevado e os juros de mercado ainda altos o assustam”, afirmou Solimeo, lembrando que a Copa do Mundo do ano passado também criou uma base forte de comparação no segmento a prazo.
Por: Mercado & Consumo
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