Depois de uma década inteira de crescimento contínuo, o consumo no Brasil de itens para abastecimento do lar caiu 0,4% em 2013 em volume, sobre o ano anterior, segundo o estudo Mudanças no Mercado Brasileiro, da Nielsen. A empresa avalia uma cesta de 135 bens de consumo.
A cesta “outros”, que inclui itens de bazar e cigarros, teve a maior queda entre todas as pesquisadas, com redução de 8,3%. Os outros grupos com retração no volume consumido foram as bebidas alcoólicas e as não alcoólicas, ambas com queda de 1,9%. Limpeza caseira (alta de 3,1%), mercearia salgada (2,5%) e higiene e beleza (2,3%) tiveram os melhores desempenhos. Perecíveis e mercearia doce, com altas de 1,1% e 1,3%, também apresentaram crescimento.
Na divisão por tipos de varejo, os atacarejos tiveram, de longe, o melhor resultado, com alta de 9,3% no volume vendido. Os minimercados, ou lojas de bairro, também se destacaram, com alta de 2%, enquanto os supermercados tiveram leve retração, de 0,3% e, os hipermercados, uma queda ainda maior, perdendo 2,6% das vendas.
Na avaliação dos executivos da Nielsen, o esgotamento do modelo de crescimento brasileiro pode explicar a retração no consumo. “Os fundamentos que sustentam a economia brasileira – proteção social, geração de emprego e oferta de crédito – estão se esgotando. Não acreditamos que eles conseguirão sustentar um novo período de crescimento no País” – afirma Henrique Reis, executivo de atendimento da Nielsen, lembrando que, em 2013, o número de beneficiários do Bolsa Família ficou estável, o crescimento da renda dos trabalhadores desacelerou e a liberação de crédito também freou, com a alta na taxa de juros.
A inflação também foi citada como causadora do resultado ruim. Preços de itens básicos, como farinha de trigo e leite longa vida, cresceram acima de 15% no ano passado. Além disso, as marcas consideradas de preço baixo foram as únicas a crescerem no ano passado, aumentando o volume vendido em 0,4%. Já as marcas médias perderam 0,6% de vendas e, as mais caras, 0,1%.
Para 2014, a Nielsen espera “leve crescimento ou estabilidade” nas vendas de itens para abastecer o lar. A retomada do mercado de bebidas, em especial cervejas e refrigerantes, deve colaborar para isso, segundo a empresa.
Por: Supermercado Moderno
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