Bancos digitais: número de novos usuários mais que dobrou em 2021

Estudo mostra que o número de usuários passou de 14% em 2020 para 31% em 2021

A pandemia sem dúvidas modificou os processos físicos. Sem contato humano, o digital ganhou ainda mais força e o que se esperava ver em anos aconteceu em semanas. A mudança foi tão brusca que até mesmo alguns dos setores já tradicionais no físico evoluíram ao universo online — e as agências bancárias mostram essa tendência de forma bastante evidente, visto que a nova era pegou gosto pelos bancos digitais.

A ascensão desses bancos em 2020 e no primeiro semestre de 2021 foi notória. Segundo relatório da Akamai Technologies, encomendado pela Cantarino Brasileiro, o número de novos usuários nos bancos digitais mais que dobrou nesse ano. E o motivo foi além do isolamento: a praticidade ganhou espaço entre os brasileiros. Ficou claro que determinadas ações poderiam ser facilmente transportadas ao digital no dia a dia, o que retira a necessidade de ir a uma agência física.

O estudo mostra que o percentual de novos usuários de bancos digitais passou de 14% para 31% entre o começo de 2020 e o começo de 2021. Foram mais de mil correntistas ouvidos e, de acordo com o relatório, a presença do aplicativo da Caixa Econômica — essencial para o recebimento do Auxílio Emergencial do Governo —, também contribuiu para que mais pessoas recorressem à tecnologia.

Cartões de crédito digitais: uma porta de entrada

Antes dos bancos inteiramente digitais, a tendência já se alastrava por meio dos cartões de crédito. Boa parte dos brasileiros já usava cartões de bancos digitais, devido à não anuidade e às taxas de juros reduzidas. Com a pandemia, no entanto, esse cenário evoluiu: o mobile banking ganhou espaço na vida dos usuários e ficou mais simples de abrir contas correntes sem a necessidade de um meio físico.

No entanto, quando se fala de poupança — algo que também cresceu na pandemia entre as classes mais altas —, a instituição usada é mais física e tradicional. O estudo revela que, em média, que cerca de 42% dos usuários utilizam bancos tradicionais para poupanças. Nos bancos digitais, o percentual é bem menor: em torno de 12%.

Para a conta corrente, o estudo destaca que ela vem avançando no mundo digital. Apesar de ainda ser utilizada em meios tradicionais por 46% dos entrevistados, ela já apresenta uma ascensão no modelo online: 29% dos brasileiros já aderiram à tecnologia.

O único meio de pagamento capaz de reunir que prefere os bancos físicos de quem tem preferência pelos digitais foi o PIX. Segundo a pesquisa, ambos os usuários fazem uso recorrente da ferramenta, ainda que não tenham o hábito de gerir suas contas por bancos inteiramente digitais. Em 2020, o estudo destacava que 82% dos entrevistados sequer sabiam o que era o PIX. Já esse ano, a mesma porcentagem afirmou já ter uma chave cadastrada.

Preferência por bancos digitais tem mais força em gerações mais novas

Embora a adesão ao digital esteja crescendo, é importante destacar que o crescimento se deve às gerações mais novas. Os Millennials e a Geração Z têm não apenas preferência pelos canais digitais, como também confiam mais neles. Painéis da Febraban, no CIAB 2021, mostram que os jovens têm mais contas em bancos digitais do que pessoas mais velhas, como a Geração X e os Baby Boomers — acostumados às instituições financeiras mais tradicionais.

Diferente dos mais velhos, os Millennials e a Gen Z têm preferência pela agilidade, conectividade e, sobretudo, optam por um contato físico cada vez menor para a solução de seus problemas. Dados do bancos NubankNext e Original mostram que são eles também os que menos utilizam cartões físicos e preferem opções ou temporárias — os famosos cartões criados apenas para a compra — ou opções 100% digitais, como ocorre com o cartão online.

Por: Luiza Varela, Consumidor Moderno

By | 2021-07-31T19:03:44-03:00 26 junho, 2021|Categories: Mercado|Tags: , , |0 Comments

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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