Maior salto foi de pão industrializado, que subiu 10 pontos percentuais em dois anos; já massas industrializadas e biscoitos estiveram em 99 a cada 100 casas brasileiras.
Levantamento feito pela Kantar WorldPanel por encomenda da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) apontou que, pelo menos, 99,7% das famílias brasileiras consumiram biscoitos em 2020 e 99,6% delas consumiram massas alimentícias, como macarrão e lasanha.
Mesmo com as estatísticas quase batendo 100% de penetração nos lares brasileiros, os dois itens tiveram crescimento de consumo em 2020. Respectivamente 0,1 ponto percentual para biscoitos e 0,3p.p. para massas. Já o consumo de pães industrializados disparou, batendo 89,4% em 2020, com alta de 8,1p.p. se comparado com o ano anterior e quase 10 pontos frente a 2018. Quem acompanha o setor, aponta que quando um alimento ultrapassa 70% de penetração, ele já é consolidado e, como hábito, não retrocede.
“Nós tivemos um aumento de ocasiões de café da manhã, para mais dias da semana com brasileiros tomando café dentro de casa, e um aumento de momentos de lanches. Traduzindo em números, os brasileiros que tinham quatro oportunidades de consumir produtos da cesta da Abimapi ao longo do dia, passaram a ter cinco. Foram em torno de 27% mais ocasiões de consumo dentro de casa”, diz Raquel Ferreira, diretora de Contas e Novos Negócios da Kantar.
Já as massas alimentícias, a atuação foi impulsionada sobretudo pelo hábito de cozinhar em casa, que passou a ser uma atividade mais frequente. O macarrão além de ser nutritivo com opções de formatos e combinações de molhos, é um alimento de rápido preparo, econômico e acessível ao ‘bolso’ da grande maioria das famílias do país.
O Brasil fechou o ano de 2020 com um aumento significativo no valor comercializado para biscoitos industrializados. Entre 2019 e 2020, a alta foi de R$ 1 bilhão e 43 milhões de reais. O crescimento foi distribuído em tipos variados como maria e maisena, waffer, recheado doce, biscoito palito e água e sal. Em 2019, a categoria já tinha batido a marca de R$ 18,9 bilhões. No ano seguinte, o valor subiu para R$ 20 bilhões. Os dados são da Nielsen.
“Duas tendências se acentuaram com a pandemia. Uma delas foi o crescimento de seguimentos que podem ser compartilhados, como um pote maior e que a família inteira compartilha aquele produto. À exemplo disso nós temos os salgados tradicionais e o biscoito maisena. São segmentos bastante típicos do dia a dia e que com embalagens maiores, permitindo o compartilhamento para a mesma família ganharam relevância”, explica Arthur Oliveira, diretor comercial da Nielsen Brasil.
“Biscoito é uma categoria muito consolidada no Brasil, então eu não posso dizer que é literalmente em função da praticidade porque ele já representa 30% da cesta da Abimapi, ele entraria mais como uma alternativa do snack, lanche intermediário”, diz Arthur.
O brasileiro aumentou significativamente o consumo de massas alimentícias, como lasanha, pizza e macarrão, no ano de 2020. Pela primeira vez, a quantidade média de ingestão por brasileiro ultrapassou o patamar de 5kg por dia. O produto tem tido crescimento gradual. Em 2018, os brasileiros consumiram 4,794kg em média. No ano seguinte, 4,899kg. E finalmente em 2020, 5,063kg.
Na prática, isso significa que cada brasileiro consome em média 421 gramas por mês de macarrão ou qualquer tipo de massa, de acordo com a Nielsen. O cálculo significa uma porção por semana, basicamente. O levantamento ainda sugere que os brasileiros saíram de casa para comprar as massas ou pediram por entrega em 17 vezes ao longo de 2020. A média foi calculada com base nos números do setor. Massas alimentícias tiveram 3,6% de crescimento do volume nesse ano de 2020. Massas instantâneas cresceram 9%. No valor, os números alavancados são ainda maiores. As massas instantâneas cresceram 19,8% em vendas. Já as massas alimentícias, 13,4% no valor comercializado.
A consolidação dos pães industrializados pode ser vista no crescimento da presença nos lares brasileiros. Em 2018, o produto fazia parte do cardápio de 79,8% das famílias. Dois anos depois passou a ocupar 89,4% das casas – nos dados da Kantar. Já a pesquisa da Nielsen com dados do IBGE mostra que o pão industrializado tinha consumo médio de 2,5kg por pessoa em 2018 e quase 2,9kg em 2020.
“Pães foi a categoria que mais cresceu, desde os primeiros meses da pandemia o volume chegou a aumentar 50%, mas no final de 2020, teve 30% a mais de volume comercializado e um crescimento de 35% do valor negociado”, diz Raquel Ferreira.
Por: Monitor Mercantil
Leave A Comment