Entenda a relação entre o crescimento do trabalho informal e essa retomada
O consumidor brasileiro conseguiu retomar a compra de produtos além dos itens mais básicos. A constatação é do estudo da Nielsen 360° Consumer View, realizado entre os meses de outubro de 2018 e setembro de 2019, e cujos resultados acabaram de ser divulgados. Esse movimento havia sido interrompido desde 2015, influenciado pelo longo período de recessão, desemprego alto e renda em queda.
A principal razão para a retomada da compra de itens não básicos por parte dos brasileiros é a busca pelo trabalho informal como alternativa para complementar os ganhos ou mesmo como fonte principal de renda. “Lares com renda informal retomaram a compra de mimos graças à alternativa de renda. Antes o consumidor vivia apenas reduzindo despesas e enxugando o orçamento. Está havendo uma mudança de comportamento”, analisou Ricardo Alvarenga, especialista da Nielsen.
De acordo com a pesquisa 360° Consumer View, quatro em cada dez brasileiros estão na informalidade, seja exclusivamente ou como alternativa de complementação da renda. Isso significa que, neste ano, 16 milhões de lares recorrem ao trabalho informal em seus rendimentos, sendo que em 7 milhões desses domicílios nenhum morador possui emprego formal.
O estudo, baseado principalmente na pesquisa realizada junto ao Painel de Lares da Nielsen, composto por 53,4 milhões de domicílios, mostra que o apoio da renda informal ajuda os consumidores a colocar no carrinho de compras produtos e marcas que haviam sido retirados. Essa renda adicional, claro, ajuda no pagamento de dívidas, mas também influencia maior desembolso com gastos secundários e supérfluos, o que inclui manicure, lazer, vestuário e calçados. “O cenário ainda não é de retomada total do consumo, mas há uma diminuição das restrições de gasto e uma redução do aperto que verificamos nos últimos anos“, pondera Alvarenga, da Nielsen.
Por: S/A Varejo
Leave A Comment