54% dos brasileiros entre 18 e 35 anos usa um banco digital como sua principal instituição financeira; veja o que revela pesquisa.
Os bancos digitais se tornaram grandes aliados dos brasileiros quando pensamos em inclusão financeira. Ao ajudar consumidores de diversas classes sociais na jornada por oportunidade de consumo e controle das finanças pessoais, esse setor ganhou destaque e projeção por aqui.
“Empresas como Nubank, Inter, C6 Bank e Neon, por exemplo, conseguiram compreender as necessidades dos clientes e, com uma forte veia de inovação e tecnologia, cresceram de forma exponencial e ganharam uma grande fatia do mercado, estimulando também a bancarização desse público”, avalia Sergio Costantini, diretor-geral da Mambu no Brasil.
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Sua análise é parte de uma nova pesquisa global da Mambu, que revela que mais da metade (54%) dos brasileiros entre 18 e 35 anos usa um banco digital como sua principal instituição financeira, enquanto os 46% restantes optam por bancos tradicionais.
O estudo mostra que os brasileiros são os que mais aderem aos bancos digitais na América Latina. Na região, a grande maioria (83%) opta por instituições tradicionais, com Chile e Peru sendo os países mais fiéis a esses bancos, usados como primeira opção por 97%.
Queridinho do público jovem
O Brasil também é o único país latino-americano em que os mais jovens fazem mais operações com bancos digitais (73%) do que tradicionais (61%). Na média regional, 76% realizam operações com os bancos tradicionais e só 28% com os digitais.
Os dados da pesquisa ainda mostram que os brasileiros de classe social mais baixa são os que mais aderiram aos bancos digitais e impulsionaram os resultados. Entre brasileiros de nível socioeconômico mais baixo, quase dois em cada três (61%) usam bancos digitais como sua principal instituição financeira, enquanto os outros 39% ficam nos tradicionais. No nível mais alto, o resultado é praticamente o oposto: 62% usam bancos tradicionais e 38% os digitais.
Brasil se tornou referência em fintechs
Sergio Costantini, diretor-geral da Mambu no Brasil, diz que o país se tornou uma “referência global quando o assunto são as fintechs”. O Global Fintech Rankings, também da Mambu, identificou o país como o maior ecossistema de fintechs da América Latina, enquanto São Paulo foi a 4ª maior cidade do mundo no mesmo quesito.
Facilidade, digitalização e taxa zero
O que mais atrai os brasileiros para utilização dos bancos digitais é a facilidade de começar a usar os serviços. Essa opção foi assinalada por 35% dos pesquisados, seguida pelas opções de ferramentas digitais (15%) e a ausência de taxas de anuidade ou manutenção (12%).
Por outro lado, entre os usuários dos bancos tradicionais, o maior motivador é a necessidade de abrir uma conta para receber o salário (42%), depois a necessidade de uma conta para guardar dinheiro (13%) e a facilidade de começar a usar os serviços (12%).
Para Costantini, a boa oferta de serviços e produtos digitais aliados à inovação e uma boa interface e design de aplicativos mobile fez os bancos digitais caírem no gosto dos consumidores, principalmente os mais jovens. “Para fechar esse gap, os bancos tradicionais precisam rever suas estratégias de digitalização e adotar uma mentalidade de startup, mais focada na inovação e tecnologia para melhorar os serviços e atender as necessidades em constante mudança dos clientes”, avalia o executivo Mambu.
Satisfação
Ao avaliar o nível de satisfação com o aplicativo de sua instituição, a pesquisa da Mambu revela que 77% dos brasileiros disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos. Já em relação aos produtos, 70% dizem o mesmo. O destaque fica pela maior satisfação dos clientes de bancos digitais: 85% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o aplicativo, 83% com os produtos e 81% com os serviços. Nos bancos tradicionais, as porcentagens são respectivamente menores, de 71%, 56% e 70%, informa a pesquisa.
Os dados da pesquisa traduzem que essa satisfação alta não é garantia de fidelidade. Um a cada três brasileiros dizem que consideram a possibilidade de trocar de banco. Os principais motivos seriam melhores ofertas ou taxas de outros bancos (44%) ou melhores serviços, benefícios e atendimento (13% cada).
De acordo com Sergio Costantini, os jovens de hoje são muito mais habituados ao digital e às novas tecnologias. Dessa forma eles esperam serviços financeiros com as mesmas facilidades que encontram em outros bens e serviços que consomem. “Por isso, as empresas do setor devem priorizar as experiências dos seus clientes, focando em conveniência e digitalização. Do contrário, a tendência é que a concorrência ganhará mais espaço”, conclui o executivo da Mambu.
O fator NFC
Ainda dentro desse contexto de digitalização financeira. O Brasil tem acompanhado o aumento das compras via NFC (Near Field Communication, ou contacless, sem contato) no Brasil. Só ano passado este modelo deu um salto de 385% (quase cinco vezes, em comparação com 2020) passando de R$ 41 bilhões para R$ 200 bilhões.
Foi durante uma coletiva com a imprensa, no último dia 10 de fevereiro, que o presidente da Abecs, Pedro Coutinho, revelou que a cada quatro transações feitas no Brasil em 2021, uma foi contactless (26%). “Se olharmos janeiro do ano passado eram apenas 2,3%”, afirmou Coutinho. Ela ainda informou cerca de 90% das maquininhas de cartão (POS) possuem NFC ativo e estão aptas ao pagamento por aproximação no Brasil.
Outros dados forram revelados na coletiva: cartão de crédito representa R$ 111 bilhões das transações via NFC, com aumento de 490%. Para transações com cartão de débito houve crescimento de 200% (R$ 58 bilhões). No cartão pré-pago houve registro de R$ 30 bilhões, em transação com incremento de 1.000%.
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