O Censo 2010 mostrou que, em dez anos, o nível de instrução das mulheres continuou mais elevado que o dos homens e elas ganharam mais espaço no mercado de trabalho.
O nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na semana de referência no total da população do grupo considerado) das mulheres de 10 anos ou mais de idade passou de 35,4% para 43,9% de 2000 para 2010, enquanto o dos homens foi de 61,1% para 63,3%. Na faixa etária de 25 anos ou mais, o percentual de homens com pelo menos o nível superior de graduação completo foi de 9,9%, e das mulheres, de 12,5%; percentuais que passavam para 11,5% e 19,2%, respectivamente, entre os ocupados. E a taxa de abandono escolar precoce (proporção de jovens entre 18 e 24 anos de idade que não haviam completado o ensino médio e não estavam estudando), que caiu de 48,0% para 36,5% de 2000 para 2010, era maior entre os homens (41,1%) que entre as mulheres (31,9%). De uma forma geral, o Censo 2010 constatou que as taxas de escolarização e o nível de instrução cresciam com o aumento do rendimento mensal domiciliar per capita.
Além de educação e trabalho, os últimos resultados do questionário da Amostra do Censo trazem informações mais detalhadas também sobre rendimento e deslocamento para estudo e trabalho.
Os dados mostraram que, em dez anos, houve desconcentração em todos os tipos de rendimento: todas as fontes, domiciliar e de trabalho. Neste último caso, os maiores aumentos foi para aqueles que ganhavam menos. O rendimento médio mensal de todos os trabalhos dos 10% da população com as maiores remunerações caiu 5,3% de 2000 para 2010, enquanto para os 10% com as menores remunerações o crescimento real foi de 35,9% e, nos dois segmentos seguintes, atingiu a 56,6% (mais de 10% a 20%) e 58,4% (mais de 30%a 20%).
De 2000 para 2010, o rendimento real médio dos empregadores caiu 18,6% (de R$ 6.138 para R$ 4.994), enquanto o dos empregados cresceu 15,8% (de R$ 1.018 para R$ 1.179). Por outro lado, a distribuição das pessoas de 10 anos ou mais por classe de rendimento mostrou que, em 2010, a população de 10 a 17 anos estava concentrada nas primeiras faixas de rendimento de trabalho, com destaque para a de sem rendimento, enquanto uma em cada três pessoas de 18 anos ou mais recebia de 1 a 2 salários mínimos (33,5%). O rendimento real médio mensal domiciliar aumentou 15,2%, passando de R$ 2.303, em 2000 para R$ 2.653, em 2010.
Já o estudo do tempo habitual de deslocamento para o trabalho principal revelou que 65,3% das 61,6 milhões de pessoas ocupadas que trabalhavam fora do domicílio e retornavam diariamente gastavam até 30 minutos e 11,4%, mais de 60 minutos. No estado do Rio de Janeiro, o tempo gasto no ir e vir casa-trabalho superava duas horas para 4,4% das pessoas, enquanto, em Santa Catarina, apenas 0,3% encontrava-se nessa situação. Em 2010, 14.357.834 pessoas trabalhavam e/ou estudavam em outro município, país estrangeiro ou em mais de um município ou país, contra cerca de pouco mais da metade em 2000 (7 327 041), um incremento de 93,9%.
As publicações completas do Censo Demográfico 2010: Educação e deslocamento e Censo Demográfico 2010: Trabalho e rendimento estão disponíveis na página
www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default_resultados_amostra.shtm.
EDUCAÇÃO: Escolarização das mulheres de 18 a 24 anos superou a dos homens
Nas faixas etárias de 18 ou 19 anos e de 20 a 24 anos a escolarização era menor que nas faixas mais jovens e a das mulheres superou a dos homens. Na parcela feminina, o percentual de mulheres que não frequentavam escola foi de 54,6%, no grupo etário de 18 ou 19 anos, e de 73,2%, no de 20 a 24 anos, enquanto na masculina esses indicadores foram 55,4% e 76,5%, respectivamente. Na área urbana, o percentual de pessoas que não frequentavam escola foi 54,2%, no grupo etário de 18 ou 19 anos, e de 73,6%, no de 20 a 24 anos, enquanto que na área rural, esses indicadores foram 59,0% e 82,3%, respectivamente.
Taxas de escolarização foram crescentes com o aumento do rendimento domiciliar per capita
Os resultados mostraram crescimento das taxas de escolarização com o aumento do nível do rendimento mensal domiciliar per capita. Focando nas crianças e adolescentes de 6 a 17 anos de idade, constatou-se que, no grupo etário de 6 a 14 anos, o percentual de crianças e adolescentes que não frequentavam escola foi de 5,2% na classe de sem rendimento a menos de 1/4 do salário mínimo de rendimento mensal domiciliar per capita, e baixou para 1,6%, na de mais de três salários mínimos. No grupo etário de 15 a 17 anos, esses percentuais foram, respectivamente, 21,1% e 6,4%.
As pessoas que frequentavam cursos de nível superior (de graduação, especialização de nível superior, mestrado e doutorado) estavam mais concentradas nas classes dos maiores rendimentos domiciliares per capita. No contingente de estudantes de curso superior de graduação, 12,7% estavam na classe de rendimento mensal domiciliar per capita de mais de cinco salários mínimos e este percentual alcançou 26,9%, para os de especialização de nível superior, 36,7%, para os de mestrado, e 47,1%, para os de doutorado.
10,8% dos estudantes de curso superior já haviam concluído outro de mesmo nível
O Censo 2010 constatou que 10,8% dos estudantes de curso superior de graduação já haviam concluído outro de mesmo nível. Esse indicador do contingente masculino (10,5%) pouco se diferenciou daquele do feminino (11,0%), entretanto o da rede pública de ensino (13,2%) apresentou perceptível distanciamento em relação ao da rede particular (9,8%). Constatou-se que o aumento da idade foi acompanhado de crescimento no percentual de estudantes de curso superior de graduação que já haviam concluído outro curso. Para os estudantes de até 24 anos de idade, esse percentual foi de 3,9% e atingiu 30,1%, para os de 40 anos ou mais de idade. No contingente de estudantes de curso superior de graduação que eram ocupados, a parcela dos que já haviam concluído outro de mesmo nível foi de 12,6%, superando acentuadamente o daqueles que não eram ocupados (7,2%).
Jovens ocupados tinham taxas de escolarização mais baixas que os não ocupados
Nas idades mais jovens, as taxas de escolarização das pessoas ocupadas foram acentuadamente mais baixas que as daquelas que não eram ocupadas, mas, a partir dos 25 anos de idade, as diferenças foram relativamente pequenas. O percentual de pessoas que não frequentavam escola no grupo de idade de 10 a 14 anos foi de 10,5% para o contingente ocupado e de 3,1% para o que não era ocupado, e no de 15 a 17 anos foi de 26,0% para o ocupado e 14,0% para o que não era ocupado. Na faixa etária de 20 a 24 anos, a diferença relativa entre esse indicador dos contingentes ocupado (77,6%) e não ocupado (70,4%) já apresentava considerável retração. No grupo de 25 a 29 anos os indicadores foram de 86,0% entre ocupados e 84,8% para não ocupados.
49,3% da população de 25 anos ou mais não concluíram o ensino fundamental
Considerando as pessoas de 25 anos ou mais de idade, observou-se que 49,3% eram sem instrução ou não tinham sequer concluído o ensino fundamental, enquanto 11,3% tinham pelo menos curso superior de graduação completo. Esse último indicador ficou em 7,6% na região Norte, 7,1% na Nordeste, 12,1% na Sul, 13,2% na Centro-Oeste e 13,7% na Sudeste. O percentual referente à parcela sem instrução ou com o fundamental incompleto foi maior nas regiões Nordeste (59,0%) e Norte (53,6%).
Os dados de 2000 e 2010 foram harmonizados para que pudessem ser comparados. Considerando as pessoas de 25 anos ou mais de idade, verificou-se que o percentual de pessoas sem instrução ou com o fundamental incompleto caiu de 64,0% para 49,3% no total, de 58,8% para 44,2%, na área urbana, e de 90,3% para 79,6%, na área rural. Na população masculina, a queda foi de 64,8% para 50,8%, e na feminina, de 63,4% para 47,8%.
Nível de instrução das mulheres continuou maior que dos homens
O nível de instrução das mulheres ficou mais elevado que o dos homens. Na população masculina de 25 anos ou mais de idade, o percentual de homens sem instrução ou com o fundamental incompleto foi de 50,8% e o daqueles com pelo menos o superior de graduação completo, 9,9%, enquanto que, na população feminina, esses indicadores foram 47,8% e 12,5%, respectivamente. O contingente feminino com pelo menos o curso superior de graduação completo foi inferior ao do masculino somente nas faixas a partir dos 60 anos de idade.
Nível de instrução foi crescente com o aumento do rendimento domiciliar per capita
No contingente de pessoas de 25 anos ou mais de idade sem instrução ou com o fundamental incompleto, a parcela com rendimento domiciliar per capita de mais de cinco salários mínimos foi de 1,1%. Com o aumento do nível de instrução, esse indicador foi crescendo e alcançou 33,9% para as pessoas com pelo menos nível superior de graduação completo. Constatou-se ainda que 71,6% das pessoas de 25 anos ou mais de idade sem instrução ou com o fundamental incompleto estavam na classe de sem rendimento até um salário mínimo de rendimento mensal domiciliar per capita, enquanto 10,7% das que tinham pelo menos o superior de graduação completo estavam nessa classe.
O nível de instrução das pessoas residentes em área rural foi acentuadamente mais baixo que o daquelas em área urbana. Enquanto que, em área urbana, 44,2% da população de 25 anos ou mais de idade eram sem instrução ou tinham o ensino fundamental incompleto, na área rural esse indicador subiu para 79,6%. Para o superior completo, o percentual foi de 12,9%, para o indicador da área urbana, e 1,8%, para o da rural.
Maioria com nível superior concluiu curso da área de ciências sociais, negócios e direito
Para as pessoas que concluíram o nível superior de graduação, de mestrado ou de doutorado foi investigada a espécie do curso concluído. Essa investigação mostrou que a maior concentração das pessoas foi na área geral das ciências sociais, negócios e direito para o total (37,8%) e em cada um dos três níveis separadamente: superior de graduação (38,4%), mestrado (31,3%) e doutorado (25,0%). Educação foi a segunda maior concentração para o total (19,5%) e para o superior de graduação (20,2%). Saúde e bem-estar social foi a segunda maior área geral de concentração para aqueles em que o curso mais elevado foi mestrado (14,0%) ou doutorado (20,6%).
Desigualdades na educação por cor ou raça diminuíram, mas ainda persistiam
Os percentuais de pessoas de 10 anos ou mais de idade sem instrução ou com ensino fundamental incompleto diminuíram para os brancos, pretos e pardos, mas as desigualdades ainda persistiam. De 2000 para 2010, a proporção caiu de 56,6% para 42,8% entre os brancos, de 74,4% para 56,8% entre os pretos e de 73,2% para 57,3% para os pardos.
Em relação à proporção das pessoas que frequentavam escola segundo os grupos de idade, as maiores diferenças na cor ou raça foram observadas para a faixa de 20 a 24 anos. Os percentuais eram de 25,5% dos brancos, 20,3% dos pretos e 21,6% dos pardos. Na faixa de 15 a 17 anos os valores foram bem maiores, sendo de 85,4% para os brancos, 81,1% para pretos e 81,9% para pardos.
Quanto à proporção das pessoas que frequentavam ensino superior, observa-se um considerável aumento entre 2000 e 2010 para pretos (de 2,3% para 8,4%) e pardos (de 2,2% para 6,7%). Para os brancos, o aumento foi de 8,1% para 14,5%. Quase 13% das pessoas de 10 anos ou mais de idade de cor ou raça branca completaram o ensino superior, enquanto que apenas 4% da população de pretos e pardos dessa faixa etária tinha alcançado o mesmo nível de estudos. Verificou-se que 73% das pessoas de 10 anos ou mais de idade com ensino superior completo era branca e menos de 25% era de pretos e pardos.
Saída precoce de jovens da escola é maior na população masculina
A taxa de abandono escolar precoce é a proporção de jovens de 18 a 24 anos de idade que não haviam completado o ensino médio e não estavam estudando. Houve uma queda de 11,5 pontos percentuais dessa taxa de 2000 para 2010, passando de 48,0% para 36,5%. Essa taxa foi maior entre os homens (41,1%) que entre as mulheres (32,0%). Uma parcela significativa dos jovens de 18 a 24 anos de idade sem ensino médio completo abandonou a escola após ingressar nesse nível, isto é, 21,2% dos mesmos. Uma proporção ainda maior deles abandonou a escola sem completar o ensino fundamental (52,9%).
As vinte menores taxas (entre 6,5% e 17,2%) de abandono escolar precoce foram encontradas em municípios da região Sul e do estado de São Paulo, sendo a menor em Santana da Ponte Pensa, município de São Paulo. As vinte taxas mais altas (os resultados mais insatisfatórios) se encontravam mais dispersas pelo território e variavam entre 68,5% e 80,1%, esta última referente a Doutor Ulysses (PR).
TRABALHO: Nível da ocupação das mulheres cresceu mais que o dos homens
Na população de 10 anos ou mais de idade, o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na semana de referência) dos homens foi mais alto que o das mulheres em todos os grupos etários. Porém, o nível da ocupação das mulheres teve um aumento mais acentuado do que o masculino de 2000 para 2010, passando de 35,4% para 43,9%, enquanto o dos homens foi de 61,1% para 63,3%.
Percentual de mulheres ocupadas com nível superior foi maior que dos homens
Em 2010, as pessoas sem instrução ou com o fundamental incompleto representaram 49,3% da população e as com pelo menos o superior de graduação completo, 11,3%, enquanto que, para as pessoas ocupadas, estes dois indicadores foram 40,8% e 14,7%, respectivamente. O percentual de homens com pelo menos o superior de graduação completo foi de 9,9%, e o das mulheres, 12,5%; já na população ocupada, esses indicadores foram 11,5% e 19,2%, respectivamente. O total de pessoas sem instrução ou com o fundamental incompleto ficou em 44,2%, em área urbana, e em 79,6%, em área rural; na população ocupada, foram 35,2%, em área urbana, e 76,1%, em área rural.
Ocupação das mulheres com nível superior foi mais que o dobro das sem instrução ou com o fundamental incompleto
O nível da ocupação das pessoas de 25 anos ou mais de idade cresceu com o nível de instrução, indo de 51,8% para as sem instrução ou com fundamental incompleto, até 81,7% para aquelas com pelo menos o superior completo. Destacou-se o nível de ocupação das mulheres com pelo menos o curso superior completo, 78,2%, mais que o dobro do das mulheres sem instrução ou com o fundamental incompleto (36,9%).
O nível da ocupação das crianças e adolescentes que não frequentavam escola foi de 17,5% no grupo etário de 10 a 13 anos, 23,2% no de 14 ou 15 anos, e 37,5% no de 16 ou 17 anos de idade, enquanto o dos estudantes ficou, respectivamente, em 4,8%, 11,7% e 23,8%. A parcela que não frequentava escola representou 7,9% no grupo etário de 10 a 13 anos ocupado e 2,4% no que não era ocupado. Estes dois indicadores foram, respectivamente, 11,7% e 6,9%, na faixa etária de 14 ou 15 anos, e 25,5% e 19,2%, na de 16 ou 17 anos.
Nível médio e superior incompleto predominaram em cinco grandes grupos de ocupação
O grande grupo dos Profissionais das ciências e intelectuais se destacou por deter o nível de instrução mais elevado: 65,0% dos seus componentes tinham pelo menos o superior de graduação completo. O segundo maior percentual de pessoas de nível de instrução mais elevado foi o dos diretores e gerentes (34,6%), apesar de esse grupo ter tido maior participação de pessoas com nível médio ou superior incompleto (38,3%). Em outros quatro grandes grupos a maior concentração ficou no nível médio completo e superior incompleto, sendo que em três deles foi mais da metade: Membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares (60,4%), Trabalhadores de apoio administrativo (58,7%), Técnicos e profissionais de nível médio (53,2%) e Trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados (41,5%). No grupo do menor nível de instrução (sem instrução e fundamental incompleto) encontravam-se 78,3% dos Trabalhadores qualificados da agropecuária, florestais, da caça e da pesca, 61,2% dos grupos das Ocupações elementares, 50,9% dos Trabalhadores qualificados, operários e artesões da construção, das artes mecânicas e outros ofícios e 42,9% dos Operadores de instalações e máquinas e montadores.
Na composição da população ocupada por grandes grupos de ocupação no trabalho principal, a maior concentração na população masculina foi no dos Trabalhadores qualificados, operários e artesões da construção e das artes mecânicas e outros ofícios e no das Ocupações elementares, com 17,7% e 17,3%, respectivamente. No contingente feminino, a maior parcela foi a do grande grupo dos Trabalhadores elementares (24,0%), seguida pela dos Trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados (21,4%).
Em alguns grandes grupos de ocupação a parcela das mulheres superou a dos homens. O percentual de mulheres na população ocupada foi maior que o dos homens nos grandes grupos de ocupação dos Trabalhadores de apoio administrativo (63,5%), Profissionais das ciências e intelectuais (59,5%), e Trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados (54,4). No grande grupo das Ocupações elementares a parcela feminina foi pouco mais da metade (50,4%).
Seção de atividade de maior predominância feminina foi a dos Serviços domésticos
No contingente de homens ocupados, 60,1% estavam concentrados em quatro seções de atividade: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (17,5%), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (17,1%), Indústrias de transformação (13,3%) e Construção (12,2%). Já na população feminina, 61,5% estavam ocupadas em cinco seções de atividade: Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (16,7%), Serviços domésticos (15,1%), Educação (10,1%), Indústria de transformação (9,8%) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (9,7%).
A seção de atividade com maior a predominância feminina foi a dos Serviços domésticos, em que as mulheres constituíram 92,7%, vindo, em seguida, as seções da Educação (75,8%) e da Saúde humana e serviços sociais (74,2%). A participação feminina ainda foi mais elevada que a masculina na seção das Outras atividades dos serviços (62,5%), Alojamento e alimentação (54,9%), sendo pouco mais da metade na das Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (50,3%).
A seção de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que foi a segunda em concentração de pessoal (14,2%), foi a que mais absorveu crianças e adolescentes: 48,8%, no grupo etário de 10 a 13 anos, 33,7%, no de 14 ou 15 anos, e 20,8%, no de 16 ou 17 anos.
70,8% dos ocupados são empregados e 2,0% são empregadores
Em relação à posição na ocupação no trabalho principal, a categoria que mais concentrou pessoal foi a dos empregados (70,8%), sendo que a absorção na parcela feminina (74,6%) foi maior que na masculina (68,1%). Apenas 2,0% dos ocupados são empregadores e 21,5% são trabalhadores por conta própria. Os não remunerados e trabalhadores na produção para o próprio consumo representaram 4,8% na população de 18 anos ou mais de idade, 57,5% no grupo etário de 10 a 13 anos, 31,8% no de 14 ou 15 anos e 14,6% no de 16 ou 17 anos.
Entre os empregados, os com carteira de trabalho assinada foram 67,7%, no contingente masculino, e 59,3%, no feminino. Entretanto, a participação da outra parcela do emprego registrado – dos militares e funcionários públicos estatutários – no contingente feminino (9,5%) foi maior que no masculino (6,1%), assim como a dos sem carteira de trabalho assinada (26,3%, para os homens, e 31,2%, para as mulheres).
O subgrupo dos trabalhadores domésticos, além de ter predominância feminina, se caracterizou por representar uma parcela considerável das mulheres empregadas. Na população de empregados, esse subgrupo representou 9,8% no total, ficou em 1,3% no contingente masculino, e alcançou 20,3% no feminino. De 2000 para 2010, no subgrupo dos trabalhadores domésticos, a categoria dos com carteira de trabalho assinada cresceu de 29,8% para 33,8%. Esse crescimento deveu-se ao aumento dessa categoria no contingente feminino, uma vez que, no masculino, houve retração: o percentual dos com carteira de trabalho assinada no subgrupo dos trabalhadores domésticos subiu de 28,6% para 33,3%, para as mulheres, e declinou de 43,8% para 40,6%, para os homens.
46,3% dos militares e estatutários tinham pelo menos o curso superior completo
A categoria dos militares e funcionários públicos estatutários apresentou o mais elevado nível de instrução: 46,3% com pelo menos o superior concluído. O contingente dos empregadores foi o seguinte, contando com 33,1% dos seus membros com pelo menos o superior concluído. Já entre os trabalhadores por conta própria, 48,7% eram sem instrução ou tinham o fundamental incompleto e só 9,8% tinham pelo menos o superior completo.
O contingente com o menor nível de instrução foi o dos trabalhadores na produção para o próprio consumo, com 81,8% no grupo sem instrução ou com o fundamental incompleto. Depois estavam os trabalhadores não remunerados (59,9%) e os trabalhadores domésticos (60,8%).
Percentual de contribuintes de instituto de previdenciária foi menor entre os ocupados da área rural
Os contribuintes de instituto de previdência oficial em qualquer trabalho representaram 60,5% da população ocupada. Não houve diferença relevante entre os resultados deste indicador para os homens (60,6%) e para as mulheres (60,4%). Porém, o resultado da área rural (29,2%) ficou bem abaixo do da urbana (65,8%). A parcela de contribuintes cresceu com a elevação do nível de instrução – foi de 42,3% no grupo sem instrução ou com o fundamental incompleto e de 86,3% no grupo que tinha pelo menos o superior de graduação completo.
Em cinco seções de atividade, o percentual de contribuintes de instituto previdência oficial no trabalho principal ficou abaixo de 50%, sendo que o menor foi o da Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (23,5%), predominantemente concentrada em área rural, vindo, depois, o da seção dos Serviços domésticos (38,3%). As seções que tiveram os maiores resultados deste indicador foram: Eletricidade e gás (94,4%), Administração pública, defesa e seguridade social (91,6%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (89,6%). Em outras seis seções de atividade o percentual de contribuintes ficou acima de 80%.
RENDIMENTO: 63,1% das crianças de 10 a 13 anos de idade ocupadas não tinham rendimento
A distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade por classes de rendimento de todos os trabalhos mostrou participações elevadas de crianças e adolescentes nas primeiras faixas de rendimento, com destaque para a faixa de sem rendimento. Entre as pessoas de 10 a 13 anos de idade, 63,1% não tinham rendimento de trabalho; de 14 ou 15 anos, eram 35,8%, e de 16 ou 17 anos, 16,7%, resultados muito mais elevados do que para as pessoas de 18 anos ou mais (5,6%), as quais estavam mais concentradas nas faixas de mais de 1 a 2 salários mínimos (33,5%) e mais de 1/2 a 1 salário mínimo (24,4%).
Rendimento dos empregadores caiu 18,6% de 2000 para 2010
Considerando a posição na ocupação das pessoas de 10 anos ou mais de idade, o rendimento médio nominal mensal do trabalho principal dos empregadores foi o mais elevado (R$ 4.994). O segundo mais elevado foi o dos trabalhadores por conta própria (R$ 1.317), destacando-se a diferença acentuada entre os contribuintes e não contribuintes de instituto de previdência oficial. Os trabalhadores por conta própria não contribuintes (R$ 986) ganhavam 43,4% do rendimento dos contribuintes (R$ 2.272).
De 2000 para 2010, o rendimento real dos empregadores caiu 18,6% (de R$ 6.138 para R$ 4.994), enquanto o dos empregados e dos trabalhadores por conta própria cresceu, respectivamente, 15,8% (de R$ 1.018 para R$ 1.079) e 6,5% (de R$ 1.237 para R$ 1.317). Nos subgrupos e categorias dos empregados, o maior ganho real foi o de militares e funcionários públicos estatutários (40,9%, de R$ 1.708 para R$ 2.407), seguido por trabalhadores domésticos com carteira de trabalho assinada (33,9%, de R$ 478 para R$ 640) e sem carteira de trabalho assinada (27,2%, de R$ 309 para R$ 393). Os menores ganhos foram os dos demais empregados com carteira de trabalho assinada (3,0%, de R$ 1.252 para R$ 1.289) e sem carteira de trabalho assinada (13,6%, de R$ 648 para R$ 736).
De 2000 a 2010, o rendimento de trabalho dos ocupados com menores rendimentos cresceu 35,9%
De 2000 para 2010, o rendimento real médio mensal de todos os trabalhos cresceu 5,5%. No grupo dos 10% com as maiores remunerações, houve perda real de 5,3%; já no segmento dos 10% com as menores remunerações, o crescimento real foi de 35,9%. Os ganhos reais mais expressivos foram nos primeiros segmentos da distribuição dos rendimentos de trabalho.Com isso, houve uma redução na concentração dos rendimentos de trabalho: o índice de Gini caiu 11,0%, passando de 0,602, em 2000, para 0,536, em 2010 (quanto mais próximo de zero, menos concentrada é a distribuição dos rendimentos). A retração desse indicador ocorreu em todas as grandes regiões, e variou de 8,9%, na Região Norte (de 0,596 para 0,543), a 13,6%, na Região Sul (de 0,574 para 0,496). Em 2010, o Distrito Federal teve o maior índice de Gini do rendimento mensal de todos os trabalhos (0,594) e Santa Catarina o mais baixo (0,464).
Rendimento de todas as fontes cresceu 6,9%
Em relação ao rendimento real médio mensal de todas as fontes, de 2000 para 2010, verificou-se crescimento de 6,9%, passando de R$ 1.254 para R$ 1.340. O índice de Gini da distribuição do rendimento mensal de todas as fontes caiu 5,9%, passando de 0,611, em 2000, para 0,575, em 2010. Nas únicas Unidades da Federação em que não houve redução nesse indicador os aumentos foram inferiores a 2%: Amazonas (1,0%), Roraima (1,8%) e Distrito Federal (0,6%).
Concentração do rendimento domiciliar foi maior no Distrito Federal
De 2000 para 2010, o rendimento real médio mensal domiciliar aumentou 15,2%, passando de R$ 2.303 para R$ 2.653. Em 2010, o índice de Gini da distribuição do rendimento mensal domiciliar foi 0,567, caindo 5,0% em relação a 2000 (0,597). Em todas as grandes regiões houve redução nesse índice, sendo que a queda mais expressiva se deu na Região Sul (9,4%) e as menores nas Regiões Norte e Sudeste (ambas de 4,3%). Em 2010, o mais alto índice de Gini do rendimento mensal domiciliar foi o do Distrito Federal (0,600) e o menor, de Santa Catarina (0,475). No caso do rendimento real mensal domiciliar per capita, de 2000 para 2010, houve aumento de 28,6% no Brasil, e o índice de Gini passou de 0,634 para 0,600, uma queda de 5,4%.
DESLOCAMENTO: 4,4% da população do RJ gastavam mais de 2h para chegar ao trabalho
O estudo do tempo habitual de deslocamento para o trabalho principal das pessoas ocupadas que trabalhavam fora do domicílio e retornavam diariamente, do trabalho principal para o domicílio (61.588.447 pessoas), revelou que 65,3% gastavam até 30 minutos e 11,4%, mais de 60 minutos. A existência de grandes concentrações urbanas (as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de várias outras cidades com considerável poder de atração de trabalhadores) pode ser uma das razões para a variação regional exemplificada com os percentuais dos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, respectivamente, de 17,6% e 7,6%, para até 5 minutos, e de 0,3% e 4,4% (229.512 pessoas) para mais de 120 minutos.
Número dos que trabalhavam e/ou estudavam em outro município cresceu 93,9%
A análise conjunta dos deslocamentos para trabalho e estudo indicou que, dos 161.981.299 habitantes, com 10 anos ou mais de idade, em 2010, 11.856.056 trabalhavam e estudavam, 28.813.417 apenas estudavam e 74.497.783 apenas trabalhavam. Portanto, 115.167.257 habitantes trabalhavam e/ou estudavam, valor que pode ser comparado, com restrições, aos 111.178.989 identificados em 2000. As restrições se devem ao fato da inexistência de limite de idade no Censo de 2000.
Computando somente os que trabalhavam e/ou estudavam em outro município, país estrangeiro ou em mais de um município ou país, havia 14.357.834 pessoas contra pouco mais da metade em 2000: 7.327.041, um incremento de 93,9% (apesar de o total de 2010 não incluir a população de menos de 10 anos de idade).
Em 2010, 7,1% da população urbana e 7,6% da população rural se deslocavam para estudar em outro município, percentuais que caíram para apenas 2,0% da população urbana e 5,3% da população rural na classe de rendimento mensal domiciliar per capita de até 1/4 de salário mínimo. Para rendimentos acima de cinco salários mínimos, os percentuais se elevaram para 15,7% na situação urbana e 32,8% na rural.
Sul e Sudeste tiveram maior deslocamento para estudo entre os municípios
Os padrões regionais de deslocamento para estudo apresentaram variações resultantes das diferenças na rede urbana, acessibilidade, tamanho do município, políticas educacionais e rendimento. Os estados do Sul e do Sudeste, juntamente com Goiás, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, mostraram os percentuais mais elevados de deslocamento de pessoas que frequentavam escola ou creche em outros municípios. No âmbito geral, dos 59.565.188 pessoas que declararam frequentar escola ou creche, 4.301.914 (7,2%) o faziam em outro município (7,6% das mulheres e 6,8% dos homens) e 37.059 (0,06%), em país estrangeiro (0,07% dos homens e 0,06% das mulheres).
Deslocamento para estudo em outro município aumentou com o nível escolar
Cursos mais básicos tendem a ser realizados mais próximos do local de residência, devido, entre outros motivos, à maior capilaridade em sua distribuição no território (apenas 2,0% das pessoas que frequentavam creche e 2,1% das pessoas que cursavam o pré-escolar e classes de alfabetização o faziam em outro município). Os percentuais cresceram à medida que se elevou o nível do curso: 29,2% para graduação e 32,6% para especialização de nível superior, mestrado ou doutorado, indicando maior raridade destes serviços no território. A situação foi a mesma quanto ao deslocamento a países estrangeiros: a maior participação também aconteceu nos cursos de especialização, mestrado e doutorado (1,1% do total de pessoas que frequentavam tais cursos). Os demais cursos apresentaram percentuais menores do que 0,2%.
A análise por grupos de idade refletiu, em grande parte, os tipos de cursos frequentados. Assim, os grupos com 20 anos ou mais de idade exibiram taxas maiores de pessoas que estudavam fora de seu município de residência. Em termos absolutos, houve uma grande concentração nos grupos de 15 a 19 anos (881.177) e de 20 a 24 anos (914.510), diretamente relacionada à elevada participação de estudantes de graduação e pós-graduação. Para além 45 anos de idade, os deslocamentos intermunicipais são predominantemente explicados pela frequência a cursos de alfabetização de adultos, ensino fundamental e ensino médio.
Nos deslocamentos de acordo com a cor ou raça das pessoas, destaca-se maior mobilidade da população branca: 9,1% estudavam em outro município, enquanto para os amarelos, pretos, pardos e indígenas, a taxa caiu progressiva e respectivamente, para 8,2%, 6,0%, 5,6% e 3,9%. Destaca-se ainda que 68,4% das pessoas que se deslocavam para estudo em país estrangeiro eram de cor ou raça branca.
Fonte: IBGE
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