As classes mais baixas deixaram de ser parias do consumo. O poder de compra das classes D e E tem crescido significativamente. E a oferta de serviços disponíveis dentro de comunidades carentes cresce de acordo com a demanda de consumo.
Grandes redes do varejo já apostam em unidades no meio de comunidades carentes. É o caso das lojas Marisa, que no primeiro semestre de 2011 inaugurou uma loja em Heliópolis, uma das comunidades mais famosas do Brasil e a maior da América Latina. A unidade foi aberta com 95% do quadro de funcionários composto por moradores da região.
O banco Bradesco possui duas agências em localidades carentes: uma na Rocinha, Rio de Janeiro e a outra em Heliópolis, na capital paulista. O Bradesco prevê abrir mais quatro agências neste tipo de local até o final do ano, duas em São Paulo e duas no Rio. Uma delas, na capital paulista, será em Paraisópolis, na Zona Sul.
O banco calcula que os integrantes da classe D devem consumir neste ano algo como R$ 380 bilhões, o que faz brilhar os olhos de qualquer banqueiro e afirma que nos próximos anos, a classe D será mais forte que a C e a B em termos de consumo.
A Capemisa Seguradora de Vida e Previdência inaugurou sua primeira loja no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. É a primeira seguradora a se instalar na comunidade. A intenção é treinar moradores para que atuem como corretores.
Segundo a pesquisa do site O Observador, cresceu bastante a intenção das classes D e E de comprar eletrodomésticos (32% têm planos de comprar esses produtos) e móveis (alvo de 29% dos entrevistados), além dos planos de gastar mais em lazer e viagem, item apontado por 18% dos entrevistados.
Outros sonhos de consumo das classes D e E para 2011 são TV, Hi-Fi e Vídeo, apontados por 15% dos entrevistados, computador para casa, com 10%, decoração, também 10%, e ferramentas do tipo “faça você mesmo”, com 11%. Também foram lembrados propriedades e equipamentos esportivos, ambos com 6%.
Portanto, o investimento de grandes redes é uma tendência natural ao aumento do poder de compra das classes com menor poder aquisitivo.
Fonte: Consumidor Moderno
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