Delivery cresce no Brasil, mas e-commerce ainda enfrenta desconfiança do consumidor

O delivery de refeições vem ganhando cada vez mais espaço e coloca o Brasil ao lado dos mercados asiáticos quanto à popularidade. Por aqui, o serviço tem mais de 80% de penetração nas zonas urbanas entre os consumidores de até 50 anos e demonstra ainda mais oportunidade de crescimento. É o que aponta o levantamento Consumer Insights da Kantar.

Segundo a empresa, a combinação de novas ocasiões de compra e novos usuários é o que faz o serviço continuar expandindo, especialmente durante os dias da semana. O segundo trimestre de 2020 registrou aumento de 27% nos pedidos de entregas em domicílio de segunda a sexta-feira em relação ao primeiro trimestre.

Já no terceiro, a alta foi de mais 15% em relação ao anterior. Ainda no curto prazo, os pedidos de fim de semana tiveram incremento de 20% entre abril e junho versus janeiro a março, e outros 6% de resultado positivo entre o terceiro e o segundo trimestres.

De acordo com o estudo, o grupo que mais usa o serviço é composto de pessoas que já eram compradoras frequentes de refeições fora do lar antes da pandemia. Outra característica é que são homens em sua maioria, com idades entre 25 e 34 anos, que vivem em zonas urbanas e de classes altas.

Além disso, na América Latina, o prazer de aproveitar uma refeição em família ou de experimentar algo novo e o sentimento de merecer este “presente” são as principais motivações. Este ‘enjoyment’ foi o motivo para 86% dos mexicanos e 75% dos brasileiros.

Globalmente, esse número cai para 59% e os outros 41% elegem a conveniência como razão. Olhando apenas para o Brasil, vontade de algo diferente e prazer são os principais motivadores em São Paulo e nos estados do Nordeste, enquanto o hábito é o que impulsiona os moradores da região Sul e do Rio de Janeiro a acionarem o serviço de entrega.

E-commerce na contramão do delivery

Um pouco na contramão dessa imensa popularização do delivery, o e-commerce para compras de FMCG (bens de consumo massivo) ainda enfrenta restrições entre brasileiros, mesmo tendo melhoria lenta.

Por aqui, apesar de 350 mil novos lares terem escolhido o canal no terceiro trimestre do ano em relação ao segundo, 51% dos consumidores disseram preferir fazer compras em lojas físicas mesmo durante a pandemia. Entre setembro de 2019 e o mesmo mês de 2020, o canal ganhou apenas 9,4% em penetração e é o WhatsApp a plataforma com maior nível de aceitação, enquanto mídias sociais e sites têm o pior desempenho.

Ainda segundo a Kantar, os principais desafios para o crescimento do canal estão relacionados com segurança e a figura do vendedor. Para 44% dos brasileiros, não ter um funcionário para tirar dúvidas é uma barreira, 33% dizem não confiar em fornecer dados para compras online, 19% não encontram o sortimento esperado e 16% se preocupam com o atraso nas entregas e não têm esperanças de que esse aspecto irá melhorar rapidamente.

Por: E-Commerce Brasil

By | 2021-01-13T16:08:11-03:00 09 janeiro, 2021|Categories: Mercado|Tags: , , , , |0 Comments

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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