As oportunidades para o e-commerce devem continuar a crescer na América Latina, aponta pesquisa da iStock
Mais de 80% dos brasileiros usam o celular para realizar transações bancárias e pagamentos com muito mais frequência do que antes da pandemia. O levantamento realizado pela iStock por meio de sua plataforma de pesquisa, VisualGPS, indicou que entre os Millennials o percentual do uso do e-commerce pelo celular é ainda maior: 9 em cada 10 realizam transações com seus smartphones.
Durante a pandemia, a América Latina foi a região do mundo onde o e-commerce mais cresceu. O Mercado Livre, maior varejista de comércio eletrônico da região, teve um aumento de 60,5% na receita no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2020.
Dentre os países analisados, o Brasil é o segundo com mais usuários com conexão à internet, com 74%, atrás somente da Argentina, com 83%. Segundo a iStock, apesar de a América Latina ser a região com melhor média mundial, ainda tem grande potencial de crescimento à medida que a digitalização se acelera e a penetração da internet aumenta.
Federico Roales, pesquisador criativo da iStock, acredita que uma das oportunidades de crescimento do setor no Brasil é aumentar a representação visual em marketing e publicidade.
“Existe uma lacuna significativa entre o desenvolvimento explosivo do comércio eletrônico e a forma como ele está sendo representado visualmente na região. Hoje, ainda vemos uma tendência que prioriza a representação do comércio eletrônico por meio de imagens e vídeos de pessoas usando computadores ou laptops em vez de smartphones”, destaca.
O poder das imagens
Para analisar essa tendência, a iStock lançou uma nova plataforma, VisualGPS Insights, que assim como o Google Trends, captura mais de 2,5 bilhões de resultados de busca e downloads para saber como o comércio eletrônico está sendo representado visualmente.
Para Roales, o valor das imagens na conquista do cliente está na identificação. “Os consumidores poderão se projetar nas narrativas visuais que observam e, portanto, estarão mais receptivos à interação com esse conteúdo”.
Atualmente 7 em cada 10 compras digitais na América Latina são feitas a partir de um smartphone. Mas de acordo com dados do VisualGPS, apenas 35% das imagens de e-commerce mais populares mostram pessoas comprando nesses dispositivos.
“Ao analisar o termo “e-commerce” no VisualGPS Insights, observamos a maioria das imagens e vídeos com efeitos digitais e mensagens abstratas, tentando transmitir um ar tecnológico e futurista. Mas isso está longe da percepção dos consumidores: 70% declararam que estão mais dispostos a interagir com novas tecnologias quando e onde puderem entender qual é o seu propósito de uso”, acrescenta Roales.
Smartphone
Os consumidores latinos também perceberam o impacto das compras eletrônicas em seus hábitos e costumes: segundo o Think With Google, 9 em cada 10 latino-americanos usam seu smartphone para pesquisar um produto antes de comprá-lo. E mesmo dentro de uma loja física, 75% admitem ter usado seu celular para tomar uma boa decisão de compra.
75% dos latino-americanos admitem ter usado seu celular para tomar uma decisão de compra dentro de uma loja física
Contudo, a pesquisa da iStock identificou uma queda nos termos de busca relacionados a compras digitais, como “e-commerce” (23%), “compras online” (29%) ou “compra online” (1%) caíram na América Latina em 2022.
Essa queda no interesse em representar visualmente o e-commerce pode sugerir que as marcas consideram o comércio online como uma tendência devido à pandemia. Mas segundo pesquisa Webshoppers/Nielsen, apesar de ter havido uma desaceleração no volume de compras online que pode se dever à abertura da economia em um cenário de fim de pandemia, e à queda do poder de compra da população, o e-commerce não para de crescer em termos de impacto, volume e receita.
Segundo Webshoppers/Nielsen, só no ano passado quase 13 milhões de brasileiros compraram pela primeira vez na internet, o que elevou o total de consumidores online para 87,7 milhões.
Por fim, Federico recomendou aos criadores de conteúdo que não se esqueçam de representar os usuários de comércio eletrônico em diversas interseções de identidade, como origem étnica, identidade e expressão de gênero, orientação sexual e tipos de corpo.
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