E-commerce continua em alta e dobra vendas em junho

O comércio eletrônico registrou alta de 110,52% em junho ante mesmo mês de 2019; home office e informática lideram vendas por categoria.

A pandemia acelerou o processo de transformação digital e influenciou nos hábitos de consumo. Desde então, e-commerce brasileiro passou a registrar crescimento. Em junho não foi diferente, o comércio eletrônico registrou alta de 110,52% ante o mesmo mês de 2019. A métrica de faturamento mostra a mesma tendência positiva: 108,84%. Os dados compõem o índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) em parceria com o Movimento Compre & Confie.

Além de dobrar as vendas, o e-commerce também registrou alta no volume de consumidores que realizaram ao menos uma compra online entre abril e junho em relação ao trimestre anterior: 5,9%. No mês de maio, o índice de participação do e-commerce no varejo foi recorde ao alcançar 12,6%.

André Dias, coordenador do Comitê de Métricas da camara-e.net e diretor executivo do Compre & Confie, explica a relação dos dados com a pandemia. “Podemos afirmar que estamos vivendo uma mudança de era no comércio eletrônico brasileiro, com a antecipação de patamares de vendas que certamente só seriam registrados daqui a cinco anos. O mercado realmente passou por uma grande transformação, com vendas de categorias de produtos de consumo diário e entrada de novos consumidores no varejo digital.”

Queda mensal

Apesar do aumento das vendas na comparação com junho de 2019, houve queda no mês a mês. A retração de maio para junho foi de -13, 11%. Movimento é visto por Dias como algo “natural do setor”, que é fortemente impulsionado pelo Dia das Mães em maio. E, de fato, na avaliação do acumulado de 2020, a variação continua 59,88% positiva.

O faturamento do setor seguiu no mesmo caminho: queda de 6,91% na comparação de maio com junho, mas acumulado do ano positivo em 59,71%.

Participação no varejo e principais categorias

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação estão liderando as vendas o e-commerce. Foto: Pexels.

No acumulado dos últimos 12 meses, o e-commerce mostrou 7,1% de participação no comércio varejista. Esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgado no dia 8 de julho.

Em tempos de pandemia e distanciamento social, em maio, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação lideraram a composição de compras realizadas pela internet, por segmentos, com 39,3%.  Na sequência ficaram móveis e eletrodomésticos (23,6%); tecidos, vestuário e calçados (13,4%); outros artigos de usos pessoal e doméstico (10,2%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2%).

Metodologia do MCC-ENET 

Os índices mensais vêm da comparação dos dados do último mês vigente em relação ao período base (média de 2017). Para compor o índice, o Compre & Confie coleta 100% de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro, utilizando adicionalmente processos estatísticos para composição das informações do mercado total do comércio eletrônico brasileiro. Também são utilizadas informações dos indicadores econômicos nacionais do IBGE, IPEA e FGV.

Não estão contabilizados no MCC-ENET dados dos sites MercadoLivre, OLX e Webmotors, além do setor de viagens e turismo, anúncios e aplicativos de transportes e alimentação, pois ainda não são monitorados pelo Compre & Confie.

Por: Consumidor Moderno

By | 2020-08-13T18:13:02-03:00 03 agosto, 2020|Categories: Varejo|Tags: , , , |0 Comments

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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