Os 67 mil casais que se declararam gays no último Censo do IBGE devem movimentar neste ano R$ 6,9 bilhões –metade dos R$ 13,9 bilhões gastos em 2012 pelos 5,8 milhões de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil.
São consumidores que fazem parte de um mercado quase inexplorado no Brasil, cuja principal marca é a Parada Gay de São Paulo, evento que acontece amanhã.
Pela primeira vez, o montante que passa pelo bolso desse grupo foi mensurado. Isso porque foi só no levantamento demográfico de 2010 que o IBGE perguntou, pela primeira vez, a orientação sexual dos casais entrevistados.
Para chegar aos R$ 6,9 bilhões, o instituto Data Popular, responsável pelo cálculo, considerou a renda do trabalho (formal e informal) e a de benefícios sociais (aposentadoria, pensões) recebidos por esse casais gays. Os valores foram corrigidos e deflacionados para maio pelo IPCA.
Em 55% dos lares dos 67 mil casais homossexuais, a responsabilidade do domicílio é compartilhada –os dois contribuem para arcar com os gastos. Esse percentual é menor (39%) nos lares dos 37,6 milhões de casais heterossexuais, segundo o IBGE.
“Os casais homossexuais são mais escolarizados, ocupam empregos melhores e, por essa razão, têm renda mais elevada. Como a maior parte é de casais sem filhos, concentram menos gastos em itens básicos e têm renda disponível para os mais sofisticados”, diz Renato Meirelles, presidente do Data Popular.
Cinco em cada dez casais estão na classe alta –aquela cuja renda familiar per capita é acima de R$ 1.019 por pessoa, de acordo com o critério definido pelo governo.
Publicitários e especialistas em consumo consideram que esse mercado está longe de ser explorado.
Por: Folha de São Paulo
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