A terceira edição do Atualuxo propõe uma reflexão sobre o negócio de luxo. Carlos Ferrerinha, Presidente da MCF Consultoria, convida os participantes da conferência a pensar sobre a última década, o que foi aprendido pelo setor e quais as perspectivas para os próximos 10 anos, lembrando que o mercado do Luxo impacta uma séria de outros segmentos e não deve ser analisado apenas dentro do seu universo. “Nem todas as empresas e marcas devem ser de Luxo, mas todas podem e devem aprender com esse segmento”, diz.
Stéphane Truchi, CEO do IFOP, Instituto Francês de Opinião Pública, apresentou os resultados do Projeto Living Luxury, um estudo do comportamento dos consumidoresdos dos mercados emergentes: Rússia, China, Índia e América Latina, conduzido em parceria com a MCF no Brasil, Argentina e México. Os dados sugerem que as empresas de Luxo devem ter consciência de que estes são mercados distintos entre si e precisam desenvolver estratégias diferentes para cada perfil de consumidor.
Em todos os países pesquisados, empresas como Louis Vuitton, Gucci, Rolex e Armani foram citadas como marcas associadas ao Luxo, o que mostra que essas empresas tiveram sucesso em se estruturar e posicionar internacionalmente. Mas o estudo mostra também que marcas de lifestyle e esporte como Nike e Reebok foram citadas como referência de Luxo na Índia e que tradicionais joalheirias como Cartier e Tiffany não são lembradas no Brasil, devido à forte presença de marcas nacionais que são sinônimos de Luxo como H.Stern e Amsterdam Sauer. A tradicional Hermès foi citada somente na China e no Brasil, Rússia e México aparecem nomes como Dolce & Gabanna. Já a italiana Ferragamo foi citada apenas no Brasil.
Pesquisa indica comportamentos
Definir Luxo não é fácil. Para alguns, o Luxo está naquilo que é raro e caro, coisas ou objetos com valor definido, quase um artigo apenas para contemplação. Para outros, o Luxo é o supérfluo, o elegante, o exclusivo, muitas vezes nem mesmo é um objeto, mas um signo, uma sensação, uma situação de conforto ou bem-estar. Alguns vêem o Luxo somente quando está acompanhado de tradição e história. Outros o enxergam na criatividade e no artesanal, valorizados pela estética contemporânea.
Mas em todos os países em que foi realizado o estudo, o Luxo foi definido como Qualidade Superior. Esse atributo é indissociável às marcas do segmento. É o que os clientes tradicionais e os novos consumidores do Luxo esperam. E em países como o Brasil, os clientes esperam ainda mais. Os brasileiros são muito exigentes em termos de serviço e atendimento. Esperam mais produtos no ponto de venda, esperam mais pessoas para atendê-los, esperam ajuda no momento do pagamento, esperam bebidas e outros agrados nas lojas.
Outro ponto destacado no estudo é que, em geral, nos países emergentes, os consumidores têm a percepção de que as lojas em seus países têm menos variedade de produtos do que nos mesmos pontos de venda do exterior. Portanto, um ponto de atenção às empresas que já atuam no Brasil refere-se a realizar ações para alterar essa percepção local. Até porque, o ponto de venda é o fator de influência na compra apontado como o mais importante pelos pesquisados.
Em seguida, aparece o website da marca. O consumidor emergente dá muita importância ao que está na internet. Blogs e sites especializados são fontes importantes de consulta. Entre os seguidores das grifes nas redes sociais, os clientes emergentes são o de maior representatividade. No Brasil, o boca a boca é importante, e uma oportunidade para as marcas que querem desenvolver relações a partir da web.
Fonte: Mundo do Marketing
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