Em 2006, 42% dos entrevistados compraram alguma mercadoria falsificada. Transformando esse percentual em números absolutos, aproximadamente 56,4 milhões de brasileiros teriam adquirido algum item desta natureza naquela época. Em 2010, 48% dos brasileiros que responderam à pesquisa afirmaram ter comprado algum produto pirata, o que representa um aumento de 13,8 milhões de pessoas consumidoras deste tipo de produto. Hoje, no Brasil, são aproximadamente 70,2 milhões de consumidores de mercadorias falsificadas.
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Desde que a pesquisa “O consumo de produtos piratas no Brasil” foi realizada pela primeira vez, em 2006, CD e DVD figuram no topo da lista de produtos piratas mais consumidos. Apesar disso, nos últimos cinco anos, o percentual de brasileiros consumidores de CD ilegal caiu de 86% para 79%.
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No período entre 2006 e 2010, houve uma disparada no consumo de DVD. No primeiro ano da pesquisa, o percentual de brasileiros que afirmou ter comprado este produto no mercado ilegal era de 35%. Em 2010, 77% dos entrevistados assumiram ter adquirido um DVD pirata.
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O binômio que sustenta esta expansão é agilidade com que hoje os falsificadores podem reproduzir essas mídias, pelo avanço e disseminação da tecnologia, e o aumento significativo na venda de aparelhos de DVD. Estimativa da Fecomércio-RJ, com base em dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, indica que de 2006 a 2010 foram vendidos anualmente, em média, 7,2 milhões destes equipamentos no Brasil.
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O levantamento também apurou que nenhum dos malefícios e prejuízos do consumo ilegal é levado consideravelmente em conta na hora da compra de produtos piratas, sendo o preço baixo o fator decisivo. Nos cinco anos da pesquisa, é quase unânime, entre aqueles que consomem esse tipo de mercadoria, a busca por produtos mais baratos. Em 2010, 94% dos que consomem produtos piratas afirmaram que o custo mais baixo é o que os atrai. Em 2006, o percentual era praticamente o mesmo: 93%.
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No período observado pela pesquisa aumentou a parcela de brasileiros que não tem restrição a qualquer tipo de produto pirata, ou seja, compraria qualquer mercadoria. Em 2006, quando perguntados se havia algum produto falsificado que o consumidor não compraria, todos citaram pelo menos uma opção. Em 2010, 13% dos entrevistados disseram que não teriam resistência a nenhuma mercadoria pirata.
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O levantamento Fecomércio-RJ/Ipsos revelou também que o nível de conscientização dos consumidores em relação aos danos causados pela pirataria diminuiu drasticamente no período entre 2006 e 2010.
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- A pesquisa revela que os consumidores de produtos piratas acreditam, cada vez menos, que a pirataria provoca desemprego. Em 2006, 64% dos brasileiros acreditavam que a pirataria causava desemprego. Em 2010, caiu para 56%.
- Em 2006, para 30% dos entrevistados, o uso de produtos piratas não trazia consequência negativa. Em 2010, esta proporção subiu para 37%.
- Houve redução do percentual de brasileiros que associam a pirataria ao crime organizado: de 70, em 2006, para 60%, em 2010.
- Ainda nesta linha, reduziu de 79%, em 2006, para 68%, em 2010, a parcela de consumidores que acredita que a venda dessas mercadorias prejudica o faturamento do comércio formal.
- Em 2006, 83% dos brasileiros achavam que a pirataria alimentava a sonegação de impostos. Essa proporção diminuiu para 75%, em 2010. Em relação aos prejuízos causados ao fabricante e/ou artista, caíram de 83%, em 2006, para 79%, em 2010, os que compartilham desta opinião.
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A pesquisa ouviu 1000 pessoas de 70 (setenta) cidades, incluindo 9 (nove) regiões metropolitanas.
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Fonte: Consumidor Moderno
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