Fonte: Consumidor Moderno (www.consumidormoderno.uol.com.br)
Escrito por: Redação
O consumo dos brasileiros deve girar em torno de R$ 2,202 trilhões, em 2010, apresentando um crescimento superior a R$ 338 bi quando comparado com o IPC TARGET 2009 (cerca de 1,8 trilhão). Em termos reais, os cálculos do IPC Target para 2010 mostram que as despesas das famílias crescerão mais que o PIB = 6,1% , indicando um aumento populacional da ordem de 1%. O estudo foi feito com base em dados secundários atualizados, pesquisados em fontes oficiais de informação, utilizando metodologia própria da empresa.
A população chegará a 193,3 milhões de pessoas. O número de mulheres permanecerá maior que o dos homens (51% contra 49%). A população urbana representará 83%,(em 2009 eram 83,3%), apontando um consumo urbano per capita anual de R$ 12.978,54. Neste ano, o consumo da população residente na área rural baterá nos R$ 112,4 bilhões.
Maior concentração
O IPC Target de 2010 consolida a importância da classe C (C1 e C2) que, mesmo segmentada, evidencia a potencialidade de consumo ao concentrar o maior contingente de domicílios urbanos – quase 23 milhões ou seja 48,7% dos domicílios brasileiros –, respondendo por 27,7% de tudo que será consumido no País, observa Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo.
Para exemplificar, Pazzini destaca que a classe C vai absorver R$ 579,7 bilhões do consumo nacional, elevando o seu poder de compra em relação a 2009 quando essa cifra era de R$ 532, bilhões. Já os dados dessa tendência de segmentação mostra, por sua vez, que a classe C2 (R$ 211,4 bilhões) espelha comportamento mais próximo dos parâmetros de consumo das classes D e E, de menor poder aquisitivo e base da pirâmide social, gerando uma movimentação expressiva de R$ 329,4 bilhões, equivalente a 15,8% do consumo nacional. (Veja os gráficos “Retrato do Brasil em 2010 em nºs.” e “Renda Familiar por classes sociais”).
B2 em destaque
A classe média se mantém praticamente estagnada com o seus R$ 863,9 bilhões de consumo puxados pelas classes B2 – com cerca de R$ 495,7 bilhões – e C1 (cerca de R$ 368,2 bilhões). Responde por 41,4% do total previsto para o Pais, em 2010, pouco superior à demanda de 2009 quando a participação foi de 41%. Já as classes A1, A2 e B1 (topo da pirâmide social) disputarão o poder de compra com a classe média com outros R$ 895,8 bilhões, ou seja, 42,9%. (Veja gráfico “Retrato do Brasil – IPC Target 2010” com o detalhamento por itens de consumo versus cada uma das classes sociais, entre outros dados).
Em termos de mobilidade social nas áreas urbanas, verifica-se ainda crescimento significativo na população das classes B2 e C1, retomando o cenário pré-crise econômica de 2008. Esse aumento quantitativo de pessoas provém normalmente das classes C2 e D, que em 2010 representa também expansão de renda para consumo.
Nas classes A1, A2 e B1, entretanto, observa-se um contingente menor de pessoas, mas com aumento no potencial de consumo, na comparação de 2010 com 2009. O maior crescimento ocorrerá na classe B2, representada por domicílios com rendimento médio de R$ 2.950,00/mês, que contém 19.4% dos domicílios urbanos em 2010 (ante 18,0% em 2009) e será responsável por 23,7% do consumo nacional (ante 22.5% em 2009). “Esta movimentação de domicílios entre as diversas classes econômicas significa oportunidade de mercado para as empresas, através do planejamento adequado de produtos e serviços às demandas destes novos consumidores”, ressalta Pazzini.
Cenário Regional
A região Sudeste mantém a liderança, e junto com o Sul do País apresentam crescimento no consumo nacional. O Sudeste projeta uma participação de 52,7% (no ano passado registrou 51,4%) e o Sul registra 16,5% (em 2009, foi de 16,3%).
Nas demais regiões verifica-se leve declínio participativo, sendo as do Nordeste e Centro-Oeste que menos reduziram suas presenças – o Nordeste fica com 17,7% (contra os 18,8, em 2009) e o Centro-Oeste marca 7,7% ante os 7,8% apresentados no ano passado. A região Norte deve participar com 5,3% (em 2009, marcava 5,7%). No ranking do IPC Target, a região Nordeste continua na 2a posição, a frente da região Sul e atrás da região Sudeste, tradicionalmente a primeira colocada neste ranking.
50 maiores quase a metade do consumo
Os 50 maiores municípios brasileiros responderão por 45,8% do consumo nacional, em 2010. No ano passado, estes municípios eram responsáveis por 43%. São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking do País e ganharam participação no IPC Target entre 2009 e 2010, fato que não ocorria há muito tempo, devido à descentralização do consumo das capitais para o interior, na época. Neste ano, São Paulo responderá por 9,64% e o Rio de Janeiro por 5,87% do consumo nacional – no ano passado os indicativos eram de 8,53% e 5,31%, respectivamente.
Em 2010, Brasília passa a ser a 3ª. maior cidade brasileira, com o IPC Target estimado em 2,17749, superando Belo Horizonte (com o IPC Target de 2,13816), que cai para a 4ª. posição. Destacam-se ainda Porto Alegre (voltou a ser 7ª. cidade do País, com uma participação de 1,47591 – estava em a 8ª. no ano passado), Campinas (SP) passa a ocupar a 9a. posição, com o IPC previsto de 0,99275 (saltando da 13ª, com 0,84645, em 2009) e Manaus, que subiu para 11º. Lugar, com um IPC previsto de 0,86110 – em 2009, estava em 14º.
Fortaleza e Recife mantêm-se entre as 10 maiores, mas com leve declínio, O mesmo ocorreu com Goiânia e Belém (11a. e 14a. do ranking, respectivamente). – Veja gráfico 2010/2009 do IPC Target com as 50 maiores cidades ou as 500 maiores através do link www.ipcbr.com – Imprensa / Consumo Brasil IPC Target 2010.
Nas capitais
Entre as inúmeras variáveis do cenário nacional o IPC Target aponta a retomada do maior consumo entre as 27 capitais quando comparado com 2009. A participação das capitais será de 34,5% em 2010, ante os 32% registrados em 2009. Em valor, a participação das 27 capitais brasileiras será de R$ 758,5 bilhões.
Comportamento dos gastos
Através do IPC Target é possível detectar o perfil dos consumidores por classe econômica e onde gastarão seu dinheiro. Os itens básicos liderarão os gastos, como manutenção do lar , que incorporam despesas com aluguéis, impostos e taxas, luz-água-gás (27,6%), alimentos e bebidas (19,7%), transportes/veículos (7,6%), higiene/cosméticos e saúde (7,3%), vestuário e calçados (5,3%), seguidos de recreação e viagens (3,7%), educação (2,6%), eletrônicos-equipamentos (2,2%), móveis e artigos do lar (2%), e fumo (0,7%).
O viés do consumidor mostra que a sociedade economicamente ativa brasileira conta atualmente com 90 milhões de pessoas – exatos 46,5%, na faixa etária dos 20 aos 49 anos –, e que outros 19,3% (37,5 milhões) já estão com 50 anos ou mais. A população infantil (0 a 4 anos e 5 a 9 anos) e a de jovens e adolescentes (10 a 14 anos e de 15 aos 19 anos) praticamente se igualam; enquanto o mundo de crianças chega a 32, 5 milhões, e o dos adolescentes atinge 33,4 milhões pessoas.
Empresas x população
É de se notar a evolução das empresas no cenário nacional quando comparada com o crescimento populacional. No Sudeste, a evolução empresarial prevista é de 5,9% ante os 1,2% da população; já no Sul são 3,8% (para empresas) contra 1,1% projetados para o aumento populacional.
Situação inversamente realista se verifica no cenário das demais regiões do País: a região Norte deve crescer 1,9% em população, contra os 1,3% no número de empresas; no Nordeste, são projetados 5,0% (empresas) para um aumento de 1,3% em população; e Centro-Oeste apresentará 1,9% mais em população prevendo-se queda de 2,4% no número de empresas. (Veja gráficos específicos: “Retrato do Brasil/Faixa Etária”, “Como o brasileiro gastará seu dinheiro”, “Crescimento populacional X Empresas”.
O estudo IPC TARGET permite, ainda, análise dos setores empresariais, com segmentação das empresas segundo o principal ramo de atividade, ou seja, Indústria, Comércio, Serviços e Agribusiness.
Retrato em nºs
Além destes destaques, o banco de dados do IPC TARGET 2010 revela informações, através de softwares de geoprocessamento, oferecendo um perfil de cada uma das 5.565 cidades brasileiras e detalhes para distritos de 8 capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza e Belém).
Tais cidades contam igualmente com a segmentação por ramo de atividade, incluindo quantidade e tipo de empresas, indústrias, serviços (saúde, agências bancárias, educação, etc.), agribusiness, comércio varejista e atacadista, por exemplo, além de todas as informações demográficas e potencial de consumo da população local.
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