Os consumidores de cartão de débito

Os bancos devem aplicar mais firmeza e inovação ao desenvolver seus programas de débito para fazer do uso do débito uma proposta mais valiosa para si mesmos e para os titulares dos seus cartões, de acordo com um estudo multinacional apresentado recentemente pela First Data Corporation, líder global em comércio eletrônico e processamento de pagamento. “Oportunidades para débito no mundo” (em inglês, “Worldwide Opportunities for Debit”) é um dos primeiros estudos para analisar o crescimento do débito no mundo e avaliar os acionadores por trás desse aumento e as implicações para o setor bancário.

O relatório incorpora dados de entrevistas de 34 bancos através de uma combinação de 10 mercados maduros e emergentes em todo o mundo. As entrevistas foram conduzidas para a First Data pelo TowerGroup, com participantes da Austrália, Brasil, Alemanha, Grécia, Índia, México, Polônia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Além disso, analistas do setor na Ásia-Pacífico, Europa e Américas contribuíram com projeções e percepções.

Além de confirmar a emergência do débito como principal instrumento para pagamento de contas, o Oportunidades para débito no mundo também recomenda estratégias de crescimento que os bancos devem adotar e alerta sobre as iminentes ameaças à capacidade de se obter total vantagem do que representam os programas de débito.cordim

“Os bancos podem capitalizar quanto à mudança para débito dos consumidores se desenvolverem um sofisticado entendimento da economia de suas ofertas de débito e colocarem energia inovadora apoiando o débito da mesma forma que fazem com o crédito”, afirmou Paul Stanley, vice-presidente sênior de Serviços Financeiros na região EMEA, First Data. “No entanto, nosso estudo adverte que fraude e maior regulamentação podem refrear a experiência de débito tanto para bancos como para seus clientes”.

As principais descobertas do estudo são:

Tendências de crescimento

Em mercados emergentes, os bancos precisam de uma abordagem mais vigorosa na informação ao cliente e na cooperação com varejistas para aumentar o uso de cartões de débito, principalmente no ponto de venda (PDV). O uso do cartão de débito no ponto de venda é tão baixo como 10% em alguns mercados emergentes, em comparação com 70-80% em bancos participantes nos Estados Unidos.

Existem oportunidades reais de melhorar a rentabilidade de programas de débito através do uso de novos canais de pagamento, como telefones móveis, pré-pagos, sem contato e comércio eletrônico. E estes são especialmente importantes para o mercado jovem.

Soluções móveis e pré-pagas serão fundamentais ao levar o pagamento eletrônico a populações sem serviços bancários e sem atendimento em mercados emergentes – e já estão sendo introduzidos para este fim por bancos no Brasil, México e Turquia.

Há pouca evidência de que os bancos estão usando as boas práticas desenvolvidas no suporte ao cartões de crédito para atender ao crescimento e desempenho do débito. Os bancos que estão fazendo isso estão obtendo sucesso.

“Descobrimos uma decepcionante falta de inovação e análise de produto no débito, mesmo entre instituições que são sofisticadas quanto a cartão de crédito”, disse Brian Riley, diretor de pesquisa de Cartões Bancários, TowerGroup. “Em economias emergentes, há mais enfoque nas oportunidades e na inovação.”

A necessidade de entender a economia do débito

Empacotar ofertas de débito com outros produtos torna difícil para os bancos realmente entender os aspectos econômicos de seus programas de débito.

Maior conscientização do relacionamento entre canais e produtos, o alinhamento de crédito e estratégias de débito e maior pacote de conta, são todos essenciais para incentivar um rentável comportamento do cliente.

Bancos que terceirizaram o processamento de débito parecem ter uma visão mais clara dos custos e receitas do débito e, portanto, a melhor oportunidade de voltar seus esforços para incentivar um crescimento rentável.

Maximizar rentabilidade do débito

Segmentação e programas de prêmios se tornarão mais importantes para promover a fidelidade do cliente, mas provavelmente serão rentáveis apenas quando integrados a outras ofertas de bancos de varejo, ou em parceria com varejistas e terceiros.

O aumento do uso do débito no ponto de venda é uma prioridade clara para bancos da Europa e em mercados emergentes onde saques em caixas eletrônicos são responsáveis por até 90% das transações com cartão de débito. Na Índia, os bancos relataram que um aumento de 1% em ativação de débito pode levar a um aumento de 20% em volume de transação, demonstrando o potencial lucro para os bancos.

Loterias, prêmios instantâneos, propaganda e promoções internas estão sendo usados para promover cartões no ponto de venda em diversos mercados. Grandes varejistas também podem ajudar a impulsionar o débito nas economias emergentes ao socializar o uso de cartões no PDV.

O impacto da regulamentação

As normas para uso de débito estão aumentando em quase todos os mercados incluídos no estudo e estão desafiando os atuais modelos de negócios de débito.

Em muitos mercados, a regulamentação ameaça reduzir as oportunidades de rendimento e aumentar os custos de programas de débito.

A regulamentação pode ameaçar a capacidade de os bancos financiarem os próprios programas que tornariam o débito uma experiência melhor para seus clientes – e mais rentável para os bancos.

Administrar fraude

Margens apertadas de débito significam que níveis de fraude podem fazer a diferença entre lucro e perda.

“Chip e PIN” são uma eficiente arma contra a fraude para transações com cartão, embora a pouca aceitação do comerciante enfraqueça o caso de negócios nos Estados Unidos.

O uso inovador dos canais de cartão-não-presente para débito aumentavam o risco de fraude. Os bancos precisam considerar a tecnologia de criptografia e uso de token para ajudar a manter em segurança os dados de cartão de pagamento nesses ambientes.

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By | 2017-05-24T13:59:26-03:00 09 agosto, 2010|Categories: Pesquisas|Tags: , , , , |0 Comments

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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