Estudo mostra que o grau de envolvimento do telespectador com o conteúdo televisivo pode influenciar diretamente em sua performance nas mídias sociais.
A TV Social foi um dos principais assuntos do mercado publicitário brasileiro em 2013 e não por acaso: o fenômeno da “segunda tela” vem trazendo profundas alterações na maneira como as pessoas se relacionam com os programas televisivos. Nessa relação, a TV contribui com seu o amplo alcance e a produção de conteúdos de forma estruturada, enquanto a internet, por meio das mídias sociais, oferece aos telespectadores um ambiente ideal para a disseminação de mensagens sobre os programas que estão assistindo.
Atento às movimentações do mercado, a equipe de Learning & Insights, do IBOPE Media, em parceria com plataforma analítica de Social TV, TTV, observou durante 60 dias a audiência televisiva e o buzz nas mídias sociais das principais emissoras de TV aberta com cobertura nacional. Em seguida, foram selecionadas diferentes faixas horárias para análise, divididas em blocos de 10 em 10 minutos.
Os resultados preliminares dessa observação revelaram algo já esperado: no Brasil, de forma geral, não há evidências concretas de uma correlação linear entre audiência televisiva e mensagens nas mídias sociais. No entanto, em algumas análises específicas é possível perceber que há uma forte relação entre os dois meios no que diz respeito ao comportamento do telespectador.
“No estudo, ao analisar as variações isoladas de uma emissora, notou-se que as oscilações nos picos de buzz são sempre mais agressivas do que as nuances da audiência televisiva. Isso acontece em quase 100% dos casos devido, principalmente, ao dinamismo e poder de propagação das mídias sociais”, explica Juliana Sawaia, gerente da área e L&I.
As análises sugerem que os telespectadores, quando migram de canal, carregam consigo os comentários sobre o que estão assistindo, em um cenário onde o hábito e o conteúdo tornam-se protagonistas desse fenômeno. Embora o estudo não tenha avaliado todas as variáveis que podem influenciar a audiência televisiva, essas descobertas abrem portas para outras hipóteses a respeito das mídias sociais como importantes agentes no processo de engajamento entre os telespectadores e os canais de televisão.
O estudo também indicou que, na maioria dos programas, os dias com maior número de comentários não necessariamente são os de maior audiência. Essa constatação serviu como base para uma nova linha de análise no campo da TV Social, dessa vez, envolvendo outra variável do meio televisivo que aparenta ter forte relação com o volume de mensagens nas mídias sociais: a Fidelidade (Fid%) – índice que sugere a permanência média dos telespectadores em um determinado programa/faixa horária.
“Os resultados dessa análise, até esse momento, apontam que o tempo que os telespectadores dedicam assistindo a um programa pode ter mais influência no volume de mensagens do que na quantidade de pessoas assistindo a esse programa em questão, principalmente entre os jovens. Em outras palavras, quanto maior o envolvimento do telespectador com o conteúdo, maior seria a sua propensão em publicar mensagens relacionadas ao tema”, analisa Juliana.
Por: Ibope Inteligência
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