17,5% optam por pagar o mínimo da fatura

Segundo pesquisa, opção evidencia falta de conhecimento de parte dos entrevistados sobre finanças básicas.

A dificuldade de lidar corretamente com o dinheiro é evidenciada na pesquisa “Habilidades Financeiras dos Brasileiros”, apresentada ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O levantamento mostrou, por exemplo, que mais de 17,5% dos brasileiros optam por pagar o valor mínimo da fatura de seu cartão de crédito, ainda que possuam dinheiro suficiente para pagá-la integralmente.

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A pesquisa entrevistou mais de 804 consumidores em todas as capitais do País, sendo 5,2% de Fortaleza. O estudo considera ainda um cenário onde o consumidor, por algum motivo, não tenha conseguido quitar a integralidade da fatura com a sua renda mensal, mas disponha da opção de usar parte de sua poupança para cobrir a pendência. Dentre os 17,5% que escolheriam pagar o mínimo necessário, 21,2% são do sexo feminino e 20,1% pertencem às classes C/D/E. 65,2%, no entanto, afirmaram que utilizariam o dinheiro guardado na poupança ou em investimentos para pagar o valor total da dívida.

Desvantagens

Para o economista Alex Araújo, apesar de 17,5% não ser um número absolutamente alto, é um índice significativo dadas as desvantagens em se postergar um pagamento no cartão de crédito. “Isso ilustra bastante a dificuldade do brasileiro em lidar com temas relacionados à educação financeira. O cartão de crédito é um instrumento inadequado de financiamento, com taxas de juros muito altas e que comprometem o orçamento futuro”, explica o economista.

Falta educação

O estudo aponta ainda que apenas cerca de quatro em cada 10 consumidores brasileiros (38%) se sentem seguros para gerir a sua própria vida financeira. A nota média atribuída pelos entrevistados sobre sua própria capacidade de administrar essa área foi de 6,6. Essa nota é ainda menor se considerado o pouco conhecimento que eles demonstraram sobre questões como: juros cobrados no cartão de crédito (6,5), juros praticados em empréstimos (6,5), tipos de investimentos (5,3) e aplicações financeiras com as melhores taxas de retorno (4,9).

Testes

Além da situação estabelecida no caso do cartão de crédito, a pesquisa também elaborou outros cenários onde o consumidor teria que fazer escolhas com base em seu conhecimento sobre finanças e economia familiar, evidenciando o raciocínio falho de parte dos entrevistados

Se o indivíduo fosse a uma lanchonete, por exemplo, desejando apenas um sanduíche, mas percebesse que a oferta do combo, mesmo mais cara, fosse proporcionalmente mais em conta, 58% deles mudariam de ideia e comprariam o combo, ainda que desejando só o sanduíche. Para 61% dos que optaram pelo combo, a sensação de estar fazendo um bom negócio é o principal motivador da mudança.

Metodologia de pesquisa

A pesquisa foi feita na primeira quinzena de dezembro, via internet, considerando 804 pessoas a partir de 18 anos de idade espalhadas por todas as capitais do País. Do total, 51,3% dos entrevistados são mulheres e 77,7% pertencem às classes C/D/E.

A margem de erro é de até 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é 95%, o que significa dizer que, a cada 100 estudos que utilizem a mesma metodologia, 95 iriam encontrar estes mesmos resultados médios.

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Por: Diário do Nordeste

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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