Análise do Boston Consulting Group retrata o movimento das grandes organizações para impactar a sociedade.
Saiu a edição 2018 da renomada pesquisa do Boston Consulting Group (BCG) apresentando as 50 empresas mais inovadoras do mundo. Gosto muito desse estudo porque ele apresenta os principais movimentos que grandes organizações estão fazendo para inovar e impactar a sociedade. A gente aprende muito com esse documento. O atual relatório afirma que as empresas líderes do ranking transformaram as atividades de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos em verdadeiros empreendimentos digitais. O fato é que a maioria, se não todas, incorporaram tecnologias digitais em seus programas de inovação, inclusive as empresas cujos negócios são considerados mais sólidos e conservadores. “Ser digital” é uma tendência generalizada em todas as indústrias.
Das 50 organizações existentes no ranking, 11 são nativas digitais… portanto, por definição, são inovadoras digitais. Cabe destacar que duas nativas digitais entraram no TOP 10 na atual lista: o Alibaba Group, que entrou no TOP 50 pela primeira vez (e logo no grupo de elite!!!), e o Uber, que ingressou pela primeira vez no ranking ano passado.
Apesar da recorrente conversa de que a turma da Ásia está roubando espaço dos Estados Unidos na liderança global, o documento aponta que os Estados Unidos continuam sendo o berço da inovação no mundo. Das 50 empresas listadas no documento, 27 são norte-americanas. Nas quatro primeiras posições só há empresas dos Estados Unidos: Apple, Google, Microsoft e Amazon. Aí na 5ª posição surge a Samsung, sul-coreana. Depois vêm Tesla, Facebook, IBM, Uber e Alibaba, nesta ordem.
Ao compararmos os resultados dessa edição com os dos anos anteriores, constata-se que, desde 2014, apenas quatro linhas de inovação cresceram em importância e se tornaram obsessão das empresas: big data (análise de dados), novas tecnologias (adoção massiva e rápida), mobilidade (desenvolvimento de produtos e capacidade) e design digital. Não por acaso, todas as quatro linhas estão relacionadas a digital.
Big data passou do 8º lugar em importância para o 3º, que, agora, junto com o “desenvolvimento de novos produtos”, passou a ser a linha de inovação mais perseguida. Mais da metade dos entrevistados disseram que suas empresas usam a análise de dados para diversos fins relacionados à inovação, incluindo a identificação de novas áreas para exploração, fornecendo insumos para a geração de ideias, revelando as tendências de mercado, direcionando decisões de investimento em inovação e estabelecendo prioridades de portfólio em produtos e serviços.
O relatório é excepcional. É um documento que merece ser impresso e digerido com calma. Além versão em PDF, ele também está em formato digital, que permite algumas interações lúdicas, como o interessante quadro apresentando a evolução do ranking desde 2005 até hoje, mostrando quem está lá e também a evolução ano a ano das empresas. Aí descobrimos coisas curiosas, como o fato de a Apple e o Google ocuparem 1º e 2º lugares do ranking, respectivamente, desde 2006 (com exceção de 2013). Microsoft e IBM estão no ranking desde o início, orbitando num eixo mais ou menos constante dentro do TOP 10. A GE caiu ao longo do tempo, bem como a 3M, que às vezes nem aparece no ranking completo. Daí verifica-se que a Amazon só sobe no ranking, ano a ano, consistentemente. A Tesla surge como um foguete nos últimos anos. E a Samsung desponta no ranking com mais protagonismo e consistência a partir de 2010, e não mais saiu.
Mais do que o ranking e as curiosidades de quem está lá, de onde veio e para onde vai, o documento apresenta de forma estruturada o que as empresas mais inovadoras estão fazendo, onde estão investindo e as estratégias planejadas e implementadas. Ler o estudo nos ensina coisas e dá insights de possíveis caminhos a serem perseguidos pelas organizações nos tempos atuais. As várias páginas dedicadas a estudar a transformação digital das empresas são riquíssimas, repletas de conteúdo de valor, que mostram que tais empresas não são líderes por acaso.
Acho muito divertido tentar encontrar semelhanças desse estudo do BCG com um outro reconhecido no mercado, chamado “50 Smartest Companies“, publicado anualmente pelo MIT Technology Review. Anualmente, eles publicam a lista das 50 empresas que melhor combinam inovação tecnológica com um efetivo modelo de negócios, ou seja, aquelas que conseguem transformar a sua capacidade de inovação em negócio real e sustentável (não do ponto de vista de meio-ambiente, mas do ponto de vista financeiro). As duas listas são muito diferentes em sua composição. Obviamente que as metodologias são distintas, mas a divergência é extrema. A lista do MIT é repleta de empresas que não conhecemos, potenciais estrelas ascendentes que, em breve, poderão ocupar maior protagonismo na economia mundial. Para ter ideia da divergência entre as listas, o único nome comum no TOP 10 das duas é a Amazon.
Voltando ao excelente documento do BCG, a seguir apresento três links muito legais para você aproveitá-lo:
Apresentação formato digital e interativo do estudo “The Most Innovative Companies 2018” (vá no mapa interativo para descobrir a evolução e outras curiosidades a respeito do ranking).
Estudo completo (PDF) “The Most Innovative Companies 2018”
Por: Meio & Mensagem
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