A venda de 131 produtos frequentemente consumidos, incluindo alimentos, bebidas e itens de higiene pessoal, deve terminar o ano em queda de até 1,6% em volume em relação ao ano passado, segundo a consultoria Nielsen. Nos oito primeiros meses de 2013, a comercialização dessas categorias recuou 2%.

Já a receita obtida com esses itens teve pequeno avanço real de janeiro a agosto, de 2,2%, e deve manter desempenho semelhante ao final do ano, de acordo com projeção da empresa.

O segmento de bebidas é emblemático para a queda no consumo dos brasileiros. Grupo mais representativo da cesta da Nielsen, foi o que apresentou maior recuo no ano até agosto. As cervejas, por exemplo, tiveram expressivo aumento de preços durante 2013, e muitos consumidores diminuíram suas compras ou migraram para marcas mais baratas.

“A situação financeira da família brasileira piorou este ano”, constata Olegário Araújo, diretor de atendimento da empresa de pesquisa de mercado. “Se você lembrar que são produtos de alto giro e que a população cresce, é um quadro crítico”, afirma. O elevado nível de endividamento dos consumidores foi lembrado pelo executivo para justificar a queda no consumo.

Para 2014, o diretor da Nielsen projeta um ano muito mais competitivo para o varejo e a indústria. Segundo ele, os fornecedores devem apostar em maior valor agregado para compensar a perda de volume. Já os varejistas jogam suas fichas em mais formatos de loja, inclusive os atacarejos, que se notabilizam pelos preços menores. “Não é uma equação simples: o consumidor experimenta e busca praticidade e qualidade, mas de outro lado precisa economizar”, diz Araújo.

Por: Supermercado Moderno