Brasileiros querem se reconhecer nos personagens de séries, aponta estudo

Realizado pela NBCUniversal Brasil, estudo traz temas como a evolução das séries, o perfil dos consumidores e a mudança de comportamento e de consumo durante a pandemia

NBCUniversal Brasil, joint venture entre o Grupo Globo e a NBCUniversal International, proprietária das marcas Universal TV, Studio Universal, SyFy, Amo Séries e Universal Plus, promoveu, nessa terça-feira, 3, a primeira edição do evento “Séries que te movem”, que aconteceu de forma virtual por conta da pandemia. Na ocasião, a companhia apresentou uma evolução do estudo “Paixões em séries” apresentado em 2018, que abordou temas como a evolução das séries, o perfil dos consumidores, a mudança de comportamento e de consumo durante a pandemia, e como as séries se tornaram cada vez mais relevantes tanto para as pessoas quantos para as marcas. “Estamos na nossa primeira edição, mas é um evento que queremos que se repita ao longo dos anos”, afirma Gabriel Williams, responsável pela área de marketing e produto, da NBCUniversal Brasil.

A pesquisa foi desenvolvida com base em uma metodologia qualitativa, com 83 entrevistas online, 120 abordagens instantâneas, 12 vivências, e quantitativa, com 1.250 entrevistas pessoais, entre homens e mulheres, maiores de 16 anos, das classes ABC, de oito regiões do Brasil. Além disso, ela foi atualizada a partir de dados internos e dados de mercado.

O estudo revela que as séries atraem tanto a atenção das pessoas porque estão, de certa forma, ligadas à vida delas e porque trazem uma sensação de pertencimento. De acordo com a pesquisa, a maioria dos brasileiros quer se reconhecer nos personagens dos seriados, visto que 69% do público afirmam que encontrar personagens que passam pelas mesmas situações que eles é um fator decisivo na escolha do conteúdo. Além disso, 79% sentem que, atualmente, as séries e filmes retratam suas realidades mais do que antes.

A pesquisa também mostra que as séries dão voz a pautas cada vez mais atuais como diversidade, representividade e inclusão, além de serem democráticas e agregadoras. Segundo o levantamento, 85% dos brasileiros LGBTQIA+ sentem que as séries que abordam o tema ajudaram suas famílias na compreensão sobre diversidade e 81% que não são LGBTQIA+ disseram que assistir personagens dessa comunidade os fizeram se sentir mais conectados com essas pessoas.

Outro ponto levantado pelo estudo é a forma como a pandemia impactou o consumo de séries. 50% dos entrevistados afirmaram que assistiram mais séries, filmes e programas com a família em 2020. Com o isolamento social, mais gente passou a procurar esse tipo de conteúdo: 45% começaram a assistir novas séries, 47% afirmaram estar assistindo mais séries internacionais do que antes, e 57% disseram que séries são sua principal forma de diversão durante a quarentena.

“Acreditamos que as séries são os conteúdos mais democráticos que existem por representarem um pouquinho de cada um de nós. Há séries para todos os gêneros, classes, gostos e idades. Mas além dessa classificação mais ampla, as séries conversam com os mais diferentes grupos, comunidades e camadas, e têm sido verdadeiramente uma companhia nestes tempos”, ressalta Williams.

Os dados da pesquisa também apontam que a audiência do gênero na TV por assinatura continua crescendo, mesmo dentro de um cenário altamente competitivo, e teve um incremento de 52% a mais desde 2014. Além disso, o segmento de canais de séries e filmes foi o que recebeu maior investimento publicitário na TV paga em 2020, ficando à frente de outros segmentos, como esportes e notícias. “O Universal TV registrou um crescimento de 31% de audiência desde 2019, o maior da categoria, tendo um aumento de 46 minutos no tempo médio assistido por dia”, comenta Williams, afirmando que “os serviços de streaming participam também desse boom de consumo de séries, mas as marcas têm potencial de se vincular ao conteúdo de séries através principalmente da TV por assinatura”.

História das séries

O levantamento também revela que a história das séries é longa, mas que é possível apontar três grandes momentos, ou ondas, na trajetória das produções audiovisuais seriadas desde a década de 1990. A primeira delas é a que chamaram de “Marola”, ou seja, quando os seriados eram produzidos de maneira menos complexa, com narrativas mais acessíveis ao grande público e com veiculação na TV aberta. Exemplos de séries desse momento são: FriendsSeinfeld e Baywatch. Já a segunda onda é chamada de “A grande virada”, justamente porque apresenta uma mudança em relação à onda anterior, visto que as produções passam a ser mais segmentas, com narrativas mais profundas e veiculação na TV fechada. Exemplos de séries desse período são: Lost, House e Mad Men. Por fim, a terceira onda, chamada de “O Tsunami”, é a consolidação do formato, ou seja, quando os investimentos e as produções aumentaram, trazendo séries cada vez mais nichadas e veiculadas na internet. São exemplos: Breaking Bad, Game of Thrones e Black Mirror.

Após todos esses grandes movimentos, o estudo aponta o “WaterWorld”, ou seja, “um mundo inundado por uma quantidade ainda maior de produções, meios para assistir e plataformas”, explica, Yuan Wong, da área marketing e produto da NBCUniversal Brasil. “Não chega a ser uma quarta onda, mas é uma evolução da terceira onda”, reforça.

O estudo completo está disponível na Plataforma Gente. Para acesso e download, clique aqui.

Por: Meio & Mensagem

By | 2021-08-07T09:31:28-03:00 06 agosto, 2021|Categories: Comportamento do consumidor|Tags: , , |0 Comments

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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