O surto da doença causada pelo novo coronavírus, COVID-19, impactou significativamente a vida dos consumidores em todo o mundo, elevando a busca por produtos de abastecimento de emergência e de suprimentos de saúde. As vendas em, aproximadamente, 150 cadeias varejistas crescem de forma exponencial a cada semana, apontando que o brasileiro tem se preparado para uma vida mais restritiva.
IMPACTOS NO COMPORTAMENTO DE CONSUMO BRASILEIRO
A regiões brasileiras encontram-se em diferentes etapas Nielsen para a COVID-19, refletindo no comportamento de consumo. Enquanto São Paulo e Rio de Janeiro – estados com maior incidência de casos – já se preparam para a etapa 4, as demais localidades encontram-se entre as etapas 2 e 3.
Até o momento, o comportamento do consumidor brasileiro teve dois períodos de destaque: pós-primeiro caso (semana 23/2 a 1/3) e logo depois do anúncio da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (1/3 a 8/3).
No primeiro período, a corrida ao varejo offline foi concentrada em produtos de limpeza, que registraram alta nas vendas de 20% na comparação com a semana anterior. O brasileiro respondeu de forma rápida após a confirmação do primeiro caso e buscou produtos relacionados à prevenção da doença, com destaque para álcool em gel (+623%), filtros de ar (+100%), álcool (+85%), produtos de limpeza em geral (+58%) e sabão líquido (+33%). A alta no faturamento foi registrado em 66% das 550 categorias que auditamos na Nielsen.
No segundo período, após o anúncio da pandemia, o crescimento nas vendas se disseminou em 88% das categorias e o faturamento expandiu em 16,2%. A busca foi maior em produtos considerados commodities – arroz, feijão, café, açúcar e farinha (+31%), limpeza (+21%), higiene & beleza (+25%), mercearia (+18%), medicamentos (+13%) e perecíveis (+11%).
O e-commerce brasileiro também apresenta impactos significativos relacionados à COVID-19. Dentre as categorias mais buscadas no período de Janeiro a Março de 2020, destacam-se Higiene, Limpeza Caseira, Produtos para Bebê e Mercearia, que apresentaram um crescimento significativo no período.
O QUE APRENDEMOS EM OUTRAS PANDEMIAS E COMO O CONSUMIDOR TENDE A SE COMPORTAR NAS DIFERENTES ETAPAS DA COVID-19
Com base nos ensinamentos de outras pandemias e do que vem acontecendo ao redor do mundo, a Nielsen identificou seis etapas-chave sobre o comportamento do consumidor, diretamente relacionadas às preocupações em torno do surto da COVID-19. As etapas oferecem sinais preliminares de padrões de consumo, particularmente para itens de abastecimento de emergência e suprimentos de saúde. É possível observar esses padrões em múltiplos mercados.
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Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro estão no estágio de crise mais avançado, o que reflete no comportamento de consumo. Ambos já caminharam para a quarta etapa, que representa a preparação para a vida com distanciamento social, no qual crescem as compras online e a diminuição das visitas às lojas físicas. O próximo passo é o da vida restritiva, onde o consumidor faz viagens de compras limitadas e há preocupações com o aumento dos preços, como consequência do crescimento da demanda.
As demais localidades do Brasil ainda se encontram na segunda fase de gestão reativa da saúde, na qual o consumidor dá prioridade a produtos essenciais para a contenção do vírus, da saúde e da segurança pública.
O brasileiro deu os primeiros passos na mudança de hábito também em relação ao trabalho, com a adoção do home office. Na primeira semana, a maior busca foi por softwares, cujo crescimento foi de 389%. Na segunda, houve maior procura por eletrônicos, alta de 17%.
Por: Nielsen
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